“Não se perturbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim.”
Jo 14, 1
Ao longo da nossa vida e à medida que vamos crescendo em consciência de quem somos, do sentido da nossa vida, das nossas responsabilidades, das nossas relãções e até, dos nossos afectos, ficamos muitas vezes paralisados perante uma realidade exigente, dura e indefinida. Tendemos a ver as dificuldades sobre a esperança, a dor sobre a misericórdia, o mal sobre o bem e a solidão sobre o amor.
Mas Jesus interpela-nos a viver a nossa verdadeira identidade: somos filhos. Somos filhos de um Pai que nos ama, que nos capacita, que nos acolhe mesmo quando nem nós temos capacidade para nos olharmos de frente; temos um Pai que põe os meios, que tem um colo e um abraço à nossa espera, que deseja ardentemente celebrar conosco cada pequeno passo qua damos, que nos chama constantemente a ir até Ele e que tem um olhar positivo e confiante sobre a vida de cada um.
As palavras de Jesus são um convite de uma radicalidade impressionante, porque oferecem uma resposta definitiva, a resposta do AMOR. Este Amor que tudo pode, que tudo espera, que tudo alcança, que tudo perdoa. Jesus antecipa e assume os nosso medos, as nossas angústias, mas também os nossos sonhos, os nossos projectos e esta sede de querermos ir mais longe, mais fundo e em comunidade e fraternidade com os outros.
Que terá vivido Jesus para ter esta certeza tão vincada na Sua vida e nos propor viver na mesma confiança e esperança?
Quem é este Deus Pai que Lhe revela uma realidade para além de sentimentalismos, para além do imediato e muito além das nossas forças?
Porque trago eu, hoje, o meu coração perturbado?
Creio em Deus como me diz Jesus? A quem entrego o meu coração?