«Havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho fino e fazia todos os dias esplêndidos banquetes. Um pobre, chamado Lázaro, jazia ao seu portão, coberto de chagas. Bem desejava ele saciar-se com o que caía da mesa do rico; mas eram os cães que vinham lamber-lhe as chagas. Ora, o pobre morreu e foi levado pelos anjos ao seio de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado. Na morada dos mortos, achando-se em tormentos, ergueu os olhos e viu, de longe, Abraão e também Lázaro no seu seio. Então, ergueu a voz e disse: ‘Pai Abraão, tem misericórdia de mim e envia Lázaro para molhar em água a ponta de um dedo e refrescar-me a língua, porque estou atormentado nestas chamas.’ Abraão respondeu-lhe: ‘Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em vida, enquanto Lázaro recebeu somente males. Agora, ele é consolado, enquanto tu és atormentado. Além disso, entre nós e vós há um grande abismo, de modo que, se alguém pretendesse passar daqui para junto de vós, não poderia fazê-lo, nem tão-pouco vir daí para junto de nós.’ O rico insistiu: ‘Peço-te, pai Abraão, que envies Lázaro à casa do meu pai, pois tenho cinco irmãos; que os previna, a fim de que não venham também para este lugar de tormento.’ Disse-lhe Abraão: ‘Têm Moisés e os Profetas; que os oiçam!’ Replicou-lhe ele: ‘Não, pai Abraão; se algum dos mortos for ter com eles, hão-de arrepender-se.’ Abraão respondeu-lhe: ‘Se não dão ouvidos a Moisés e aos Profetas, tão-pouco se deixarão convencer, se alguém ressuscitar dentre os mortos.’»
Lc 16, 19-30
Contemplo a Palavra de Deus em mim e penso como muitas vezes desperdiçamos o que Deus nos oferece gratuitamente para nos agarrarmos a bens muitas vezes supérfluos, acumulamos o desejo de querer sempre mais e não olhar o nosso irmão que sobrevive com o que pouco consegue arrecadar.
Penso em certos países africanos que são riquíssimos em recursos naturais, mas os seus habitantes vivem abaixo do nível da pobreza e os seus governantes usufruem dessas riquezas para seu uso próprio, o que para mim está errado.
No entanto Deus não diz que é errado acumular riquezas, errado é não partilharmos com gratuidade e amor os bens deste mundo.
Jesus demonstra-nos nesta Leitura que a Sua proposta é que não vivamos para nós mas sim para partilhar.
Se a Palavra de Deus fizer eco no meu coração, devo alargar os meus horizontes e ser capaz de contemplar Deus nos pobres.
Então qual será a maior riqueza da minha vida? Será Deus?
Não é justo que aqui onde eu vivo exista por vezes excesso de produção agrícola e algumas pessoas em vez de diminuírem o preço ou distribuírem pelas pessoas com mais necessidades prefiram dar aos porcos.
Peço que Deus me iluda nisto que me confunde, arriscar ser peregrina e rezar por estas pessoas que ainda não descobriram o projeto de amor que Deus tem para cada um de nós e a alegria de partilhar e multiplicar os nossos dons de caridade.