«Também o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para resgatar a multidão.»
Mt 20, 28
Muitas vezes na nossa vida reagimos menos amavelmente por ter a sensação de que alguém quer mandar em nós, querem dizer-nos como é que as coisas devem ser. Pode ser o nosso chefe, o nosso marido ou mulher, um colega ou amigo mais assertivo. Normalmente não gostamos disto. Cada um de nós sabe (ou julga que sabe) muito bem como fazer as coisas, e a não ser que peçamos ajuda, muitas vezes não gostamos que nos dêem ordens ou conselhos parecidos com isso. Estes são muitas vezes momentos difíceis (pelo menos são-no para mim) que nos fazem sentir feridos no nosso orgulho. Como vivê-los quando no fundo sabemos que a nossa resposta deveria ser diferente de uma simples revolta contra o outro, que muitas vezes mais não faz senão o papel que julga que lhe cabe, tal como nós se estivéssemos no seu lugar.
Em oração por estes dias, encontrei uma resposta da parte de Deus.
Toda a gente gosta de dar a sua opinião sobre como é que as coisas deveriam ser, todos gostamos de mandar. Mas poucas pessoas sabem que os momentos em que aparece alguém a querer dispôr legitimamente de nós, por exemplo o nosso chefe (ainda que isso por vezes nos pareça ser feito de forma pouco humana ou compreensiva) são óptimas oportunidades para crescer (talvez mais que as oportunidades de mandar). São as melhores oportunidades da nossa vida para testemunhar que o que nos move é o serviço aos outros e não o nosso orgulho. São oportunidades de crescer em humildade. São oportunidades de nos ancorarmos não no nosso poder, porque não o temos, mas na força e no amor de Deus.
Viver estas oportunidades da forma que Jesus viveu – servindo – é a única forma digna de viver o que nos pode parecer uma humilhação, mas que afinal, na verdade, mais não é do que tomar as rédeas da nossa própria vida – as mesmas que não queremos entregar a qualquer um – e dispôr dela para amar.