“Ao anjo da igreja de Sardes, escreve: «Isto diz o que tem os sete espíritos de Deus e as sete estrelas: ‘Conheço as tuas obras; tens fama de estar vivo, mas estás morto. Sê vigilante e fortifica aquilo que está a morrer, pois não encontrei perfeitas as tuas obras, diante do meu Deus. Recorda, portanto, o que recebeste e ouviste. Guarda-o e arrepende-te. Pois se não estiveres vigilante, virei como um ladrão, sem que saibas a que hora virei ter contigo. No entanto, tens em Sardes algumas pessoas que não mancharam as suas vestes; esses caminharão comigo, vestidos de branco, pois são dignos disso. Assim, o que vencer andará vestido com vestes brancas e não apagarei o seu nome do livro da Vida, mas o darei a conhecer diante de meu Pai e dos seus anjos.’ (…) Ao anjo da igreja de Laodiceia, escreve: «Isto diz o Ámen, a Testemunha fiel e verdadeira, o Princípio da Criação de Deus: Conheço as tuas obras: não és frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente. Assim, porque és morno – e não és frio nem quente – vou vomitar-te da minha boca. Porque dizes: ‘Sou rico, enriqueci e nada me falta’ – e não te dás conta de que és um infeliz, um miserável, um pobre, um cego, um nu – aconselho-te a que me compres ouro purificado no fogo, para enriqueceres, vestes brancas para te vestires, a fim de não aparecer a vergonha da tua nudez e, finalmente, o colírio para ungir os teus olhos e recobrares a vista. Aos que amo, eu os repreendo e castigo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te. Olha que Eu estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, Eu entrarei na sua casa e cearei com ele e ele comigo.’ Ao que vencer, farei que se sente comigo no meu trono, assim como Eu venci e estou sentado com meu Pai, no seu trono. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.”
Ap. 3,1-6.14-22
Nesta leitura vemos uma advertência às comunidades de Sardes e Laudiceia que no lugar de servir a Deus nos pobres privilegiavam regras e esquemas burocráticos.
A comunidade Sardes, sobretudo, tinha a fama pela sua força dominadora. Porém o profeta de Pátamos não se deixa enganar pelas aparências e condena-a directamente: «És considerado vivo, mas está morto».
O grande pecado destas duas comunidades era a burocratização: aparentemente, tudo corre bem, os arquivos estão em dia, mas a realidade deixa muito a desejar: ou seja uma igreja juridicamente implacável, mas pastoralmente morta.
Por isso, por será vomitada.
E nós, a que damos realmente importância na vivência da nossa fé?