“Em verdade, em verdade vos digo: quem não entra pela porta no redil das ovelhas, mas sobe por outro lado, é um ladrão e salteador. Aquele que entra pela porta é o pastor das ovelhas. A esse o porteiro abre-a e as ovelhas escutam a sua voz. E ele chama as suas ovelhas uma a uma pelos seus nomes e fá-las sair. Depois de tirar todas as que são suas, vai à frente delas, e as ovelhas seguem-no, porque reconhecem a sua voz. Mas, a um estranho, jamais o seguiriam; pelo contrário, fugiriam dele, porque não reconhecem a voz dos estranhos.” 
Jo 10, 1-5

Ao ler esta leitura, experimento que Jesus me fala. Aliás, fala a cada um de nós. De cada um conhece o nome (que me parece querer dizer que conhece tudo sobre nós).

O Pastor está sempre presente, nas coisas muito boas que recebemos e vivemos cada dia, nas situações duras de grande sofrimento, nas tarefas repetitivas, no encontro com os outros, em todos os lugares e, de uma maneira especial, através da Sua palavra.

No entanto, para reconhecer este Pastor e a Sua Voz é preciso fazer uma aprendizagem interior. E isso requer tempo, e silêncio. Requer sairmos de nós mesmos e colocarmo-nos no lugar do outro. É um caminho de toda a vida. 

Relativamente ao sair de mim, experimento dificuldade sobretudo com pessoas com quem tenho de falar e não conheço ou não me sinto à vontade. Conheci, há um tempo, uma senhora que vende pequenas peças de lã, feitas por si, no metro. Senti, interiormente, vontade de lhe comprar qualquer coisa e falar com ela. Demorei muitos dias, mas fui. A experiência que tive foi muito boa. Descobri que todos precisamos de atenção, e agora falamos sempre.