Hoje, estas palavras ficaram a escoar no meu coração. Estarei eu a preparar a Quaresma com verdadeiro sentido misericordioso? Estarei a abrir o meu coração a quem mais precisa? Estou a deixar-me transformar por este Amor gigante? Sei que esta transformação começa no meu íntimo, no meu coração, mas se não a passar cá para fora, se não lhe der sentido prático na minha vida, como posso fazer uma verdadeira conversão e ser fiel a este Pai que tanto me ama? E como poderei estar em comunidade se me fecho no meu círculo pequenino?
A verdade é que as tentações estão aí e a todo o momento somos atraídos pelo ter, pelo poder e pelo mais fácil. Ter não é poder e ter poder não é fácil. Mais, às vezes é tão difícil reconhecer que o caminho mais fácil não é o melhor nem o que nos faz feliz. Apenas nos dá uma falsa e temporária sensação de euforia.
Hoje, recebi uma grande lição de humildade da minha filha, de apenas nove anos. A serenidade e coragem com que ultrapassou um desafio fez-me sentir pequenina mas tão orgulhosa. Deus está em todos nós e às vezes expressa-se nos momentos em que menos esperamos.
O verdadeiro Amor não vem do facilitismo. O verdadeiro Amor alimenta-nos como uma chama que nos dá fome e que nos faz dar de comer aos outros. O verdadeiro Amor faz-nos ir mais longe, por mais difíceis que sejam os obstáculos. O verdadeiro Amor preenche-nos, enraíza-se e dá frutos. O verdadeiro Amor leva-nos a derrubar muros e a tirar as pedras do caminho. O verdadeiro Amor faz-nos calçar os sapatos do outro. Sem perguntas, sem juízos de valor, sem recompensas. O verdadeiro Amor faz-nos entregar «só por ti, Senhor».
Pistas:
– Estou a ser fiel ao Teu Amor?
– Que desafios me proponho nesta Quaresma?
– Quais as tentações que me custa mais ultrapassar?
Pai, obrigada pelo Teu Amor misericordioso. Obrigada pela força e pelo poder da oração. Obrigada pelo silêncio, pelo riso e pela alegria. Obrigada por me fazeres sair do meu cantinho. Obrigada pela Vida.