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Epidemia do se

  RÉ-7                SOL 
Havia num reino distante uma montanha, 
MI-                  LÁ-
cercada de fantasia. 
  RÉ-7             SOL
Havia um castelo encantado
    MI-                LÁ- 
e três pôr-do-sol cada dia. 
    RÉ-7                      SOL
Mas todo esse reino estava contaminado
         MI-                     LÁ-
de uma rara espécie de epidemia, 
         RÉ-7           
pois, do jardineiro ao bobo do rei
SOL       SOL        DÓ DÓ7 
toda a gente dizia: 

            FÁ
Epidemia do se,
         SOL          MI-              LÁ- 
Fui atacado de uma abominável paralisia... 
              RÉ-7
Se eu fosse herói ou doutor,
           SOL 
Se o mundo fosse melhor, 
         DÓ                 DÓ7
Se agora me saisse a lotaria... 
            FÁ
Epidemia do se,
              SOL          MI-              LÁ-
Estou contagiado de uma clara sintomatologia...
          RÉ-7 
Se não fizesse calor, 
         SOL
Se me tratassem melhor, 
         DÓ                   DÓ7
E se não fosse essa tua mania!... 
            FÁ                SOL
Epidemia do se... se... se... se... 
            DÓ   DÓ7
Epidemia do se.

No fundo do bosque há uma clareira, 
traçada em firme esquadria. 
Corria a traço e ponto uma fronteira 
em tinta que a china vendia. 
E havia no meio desta dita fronteira 
uma porta quase de fantasia, 
e um letreiro todo em dourado e azul, 
onde um guarda escrevia:
Havia num reino distante uma montanha, 
cercada de fantasia. 
Havia um castelo encantado
e três pôr-do-sol cada dia. 
Mas todo esse reino estava contaminado
de uma rara espécie de epidemia, 
pois, do jardineiro ao bobo do rei 
toda a gente dizia: 

Epidemia do se,
Fui atacado de uma abominável paralisia... 
Se eu fosse herói ou doutor,
Se o mundo fosse melhor, 
Se agora me saisse a lotaria... 
Epidemia do se,
Estou contagiado de uma clara sintomatologia...
Se não fizesse calor, 
Se me tratassem melhor, 
E se não fosse essa tua mania!... 
Epidemia do se... se... se... se... 
Epidemia do se.

No fundo do bosque há uma clareira, 
traçada em firme esquadria. 
Corria a traço e ponto uma fronteira 
em tinta que a china vendia. 
E havia no meio desta dita fronteira 
uma porta quase de fantasia, 
e um letreiro todo em dourado e azul, 
onde um guarda escrevia:
Autoria: Pe. Nuno Tovar Lemos

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