Chegou a hora de se revelar a glória do Filho do Homem.

«Chegou a hora de se revelar a glória do Filho do Homem. Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto. Quem se ama a si mesmo, perde-se; quem se despreza a si mesmo, neste mundo, assegura para si a vida eterna. Se alguém me serve, que me siga, e onde Eu estiver, aí estará também o meu servo. Se alguém me servir, o Pai há-de honrá-lo. Agora a minha alma está perturbada. E que hei-de Eu dizer? Pai, salva-me desta hora? Mas precisamente para esta hora é que Eu vim! Pai, manifesta a tua glória!» Veio, então, uma voz do Céu: «Já a manifestei e voltarei a manifestá-la!» 
João 12,20-33


Chegou a hora de se revelar a glória do Filho do Homem.

Percebo que também chegou a minha hora? Percebo que esta é a hora? Não há outra. É hoje, aqui e agora que sou chamada a revelar tudo o que de bom posso dar a este mundo, a revelar a minha glória. Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto. 

Nestes tempos, por circunstâncias concretas da minha família, sou chamada, mais do que nunca, a esquecer-me de mim a a focar-me nos meus mais próximos. Mas, colocar as necessidades dos outros à frente das minhas não deixa de ser uma morte, e a morte… custa, dói, cheira mal

Mas Jesus, o meu Amigo e Mestre, insiste:
Quem se ama a si mesmo, perde-se; quem se despreza a si mesmo, neste mundo, assegura para si a vida eterna.

O que será, neste contexto, amar-me a mim mesma? Penso ser colocar o centro em mim mesma, focar-me, apenas, nas minhas necessidades, sensações e sentimentos.

E desprezar-me a mim mesma será o oposto: colocar o centro fora de mim. Arranjar espaço para o outro, para os outros.

E a vida eterna? Que será? Custa-me a crer que seja só depois da morte… Tenho experimentado na minha vida, muitas vezes dentro do próprio sofrimento, momentos que são já de vida eterna, inteira, completa, plena!

Mas, de facto, morrer custa! (pelo menos a mim…) Por isso é tão bom perceber que a Jesus também custou. E que Ele o assumiu perante o Pai:
“Agora a minha alma está perturbada.”
Mas não se ficou pelo desgosto, pelo medo, pela perturbação, pela repulsa do sofrimento. Foi capaz de recordar o desafio e a promessa que o Pai lhe tinha feito: “E que hei-de Eu dizer? Pai, salva-me desta hora? Mas precisamente para esta hora é que Eu vim! Pai, manifesta a tua glória!”

E não é que o Pai a manifestou? Logo ali: Já a manifestei e voltarei a manifestá-la!

Obrigada, Jesus Amigo, por ires à frente! Eu também ando perturbada pelas circunstâncias concretas que, por um projecto de vida que construí Contigo, me são dadas viver. 

E que hei-de fazer? Fugir? Alienar-me? Procurar a minha satisfação pessoal e deixar cair o resto?
Não, quero fazer como Tu. Quero fazer o que me pedes:
“Se alguém me serve, que me siga, e onde Eu estiver, aí estará também o meu servo.”

Vou-me aguentar, com a Vossa ajuda: Peço-Vos que manifestem a Vossa Glória e me façam, nestas dificuldades que vivo, saborear desde já a Vida Eterna!

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