Na manhã seguinte, ao deixarem Betânia, Jesus sentiu fome. Vendo ao longe uma figueira com folhas, foi ver se nela encontraria alguma coisa; mas, ao chegar junto dela, não encontrou senão folhas, pois não era tempo de figos. Disse então: «Nunca mais ninguém coma fruto de ti.» E os discípulos ouviram isto. Chegaram a Jerusalém; e, entrando no templo, Jesus começou a expulsar os que vendiam e compravam no templo; deitou por terra as mesas dos cambistas e os bancos dos vendedores de pombas, e não permitia que se transportasse qualquer objecto através do templo.E ensinava-os, dizendo: «Não está escrito: A minha casa será chamada casa de oração para todos os povos? Mas vós fizestes dela um covil de ladrões.»Os sacerdotes e os doutores da Lei ouviram isto e procuravam maneira de o matar, mas temiam-no, pois toda a multidão estava maravilhada com o seu ensinamento. Quando se fez tarde, saíram para fora da cidade.
Evangelho de Marcos 11
Jesus vê ao longe a minha vida, sabe como me encontro aproxima-se com discrição… e tem fome.
Fome?
É o e desejo de ver em mim ânimo, mansidão, tranquilidade, de ver em mim os frutos de amor, de fecundidade que dela espera.
Ele entra por vezes na minha vida , como hoje, e como entrou no templo aquele dia e vê-a transformada em negócio… não encontra frutos, como não encontrou na figueira.
A minha vida, a nossa vida, que é casa de Deus, templo do Espírito Santo, como qualquer sacrário, está desvirtuada, pois nela deixo entrar e ficar “ladrões” que me roubam a verdadeira identidade: ser filha.
Hoje o Senhor convida-me a identificar que ladrões eu deixei entrar e ficar na minha/sua casa e me roubam a paz, a alegria?
Que infertilidade é esta com que me confronto detectada por vezes num desalento, numa falta de forças e cansaço, numa falta de paz?
A nossa relação com os outros é o barómetro de como está a nossa relação com Deus.
Se as relações são mais ralações, é sintoma que o Senhor está posto de parte… não está em casa!
Isto recorda-me um dia em que eu e o meu marido chegámos a casa inesperadamente e vimo-la transformada numa festa de adolescentes!
Uma “rave” ? Perguntei eu tentando digerir e reagir como devia.
Conseguimos então conversar e ultrapassar a situação e o meu filho percebeu que tinha ultrapassado os limites.
Abrir a casa de família, deixar entrar bebida e gente que não costumamos convidar, sem pedir aos pais é desobedecer também a princípios impostos.
É também arriscar quebrar coisas de valor.
E hoje na minha vida, que situações do meu dia-a-dia, na minha família precisam ser confrontadas, denunciadas?
Que desconhecidos permanecem e podem até quebrar valores tão importantes no meu casamento, na minha família?
Em que momentos sinto que os valores de Deus podem estar a ser substituídos pela necessidade de agradar a todos, pela sede de sucesso, de poder?
Fico-me com a sensação que a “violência” que vejo em Jesus nestas duas passagens da Bíblia ao secar a figueira e ao expulsar os mercadores do templo, revela o zelo pela casa do Pai e também por cada uma das nossas vidas.
Assim como nós, pais zelosos, numa situação inesperada de abuso de um filho reagimos, também Ele o revela.
O que tem mais peso para mim? A casa ou a mensagem que quero transmitir ao meu filho?
O Senhor zela para que a eu seja feliz, para que me sinta filha aceite e muito querida.
Para que o meu coração, a minha vida, onde ele mora seja só dele.
Para que eu me sinta em paz. E tudo faz para que isto aconteça.