A história da minha salvação
«Acaso pode uma mulher esquecer-se do seu bebé,
não ter carinho pelo fruto das suas entranhas?
Ainda que ela se esquecesse dele,
Eu nunca te esqueceria.
Eis que Eu gravei a tua imagem na palma das minhas mãos.
As tuas muralhas estão sempre diante dos meus olhos.»
Isaías, capítulo 49, versículo 15 a 16
Quinze dias atrás, num encontro, pediram-me que escrevesse a minha história de fé, a minha história conTigo.
Fiquei agradavelmente surpreendido com a pergunta, porque nunca o tinha feito. Comecei a lembrar-me de que, mesmo antes de me seres dado a conhecer explicitamente, já rezava a um Deus desconhecido, a um Deus que poderia ser bom ou mau, com o qual poderia ter alguma hipótese de ser atendido…
Lembrei-me também de toda a história da minha conversão, iniciada pela minha namorada, que, felizmente, não me queria converter (pois eu teria fugido rapidamente, caso percebesse isso) mas que vivia uma experiência de um Deus muito concreto, que a ajudava na sua vida do dia-a-dia e que lhe dava uma nova maneira de olhar o mundo.
Fiz também memória de todo o apoio que me deste, no nosso namoro e no nosso casamento, tanto nos bons como nos maus momentos. Descobri que muitos momentos de sofrimento foram ocasiões de encontro especial conTigo e de descoberta de que Tu eras um Pai amante, compassivo, que não se esquece dos seus filhos e que sabe, na pele, o que é o sofrimento. Recordei também que estiveste sempre a actuar na minha vida, de modo muito discreto, para que eu tivesse a possibilidade de viver uma vida melhor, maior e mais frutuosa.
Descobri também que os Teus caminhos não são sempre os caminhos pelos quais seguiria espontaneamente, mas que são, sempre, os caminhos que me fariam mais feliz. Para os seguir, e por não serem sempre caminhos óbvios, precisei de dar, algumas vezes, saltos no escuro, saltos de fé, sustentados apenas na segurança de que Tu és bom e que só me queres bem. E nunca me desiludiste.
Muitos momentos de dificuldade foram também oportunidade para expandir os meus horizontes, para ver que a minha vida não se esgota no meu quotidiano doméstico, apesar deste ser o meu alicerce para tudo o que faça.
Concluindo, esta recordação de toda a minha história Contigo fez-me entender que estou gravado na palma das Tuas mãos. Que Tu estiveste sempre presente, actuando para me resgatar e salvar, fazendo-me crescer em todo este processo, tornando o meu mundo muito maior e fazendo-me sonhar cada vez mais alto.
Obrigado Pai por este amor permanente e fiel que tens comigo e com todos nós e por só quereres o nosso bem. Ajuda-me a levar esta boa nova aos outros, particularmente a tantos casais que andam desiludidos, sem esperança e sem futuro.
Boa oração