“Caríssimos: Existe alguém entre vós que seja sábio e entendido? Mostre, então, pelo seu bom procedimento, que as suas obras estão repassadas da mansidão própria da sabedoria. Mas, se tendes no vosso coração uma inveja amarga e um espírito dado a contendas, não vos vanglorieis nem falseeis a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é a terrena, a da natureza corrompida, a diabólica. Pois, onde há inveja e espírito faccioso também há perturbação e todo o género de obras más. Mas a sabedoria que vem do alto é, em primeiro lugar, pura; depois, é pacífica, indulgente, dócil, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem hipocrisia; e é com a paz que uma colheita de justiça é semeada pelos obreiros da paz.”
Tiago 3,13-18.
Ao ler esta leitura hoje, deu-me uma saudade enorme do meu irmão mais novo… A interacção entre irmãos, especialmente entre irmãos próximos é muito engraçada… ainda ontem estive a tomar conta dos meus primos pequenos e entre eles é exactamente a mesma coisa… o mais velho é que manda (mesmo que a maioria das vezes queira mandar para pregar “rasteiras” aos irmãos mais novos), os mais novos, irritados, lá fazem o que o mais velho manda, mesmo achando que ele não tem muita razão… mas é o mais velho!
A minha mãe arranjava truques para controlar o meu mau feitio para com o meu irmão: “Queres comer bolo? Então tu tens direito a partir 2 fatias, e o teu irmão escolhe a 1ª!” e eu toda irritada lá as cortava o mais iguais possível que conseguisse… porque sozinha, claro que cortava mais para mim. Quando jogávamos às cartas eu fazia imensa batota e por isso ficava irritadíssima quando a minha mãe se punha atenta a ver-nos jogar! O meu irmão amava-me e tinha-me respeito… eu também claro… mas sentia o poder do “poder mandar” e muitas vezes abusei dele… claro que logo que ele entrou na adolescência, fechou-se a 7 chaves e eu perdi o meu maninho…. Sofri muito nessa altura… tinha tantas saudades dele! Hoje somos muito amigos! É a vida!
Mas também hoje em dia sinto a enorme vontade de opinar… de dar a minha opinião aos meus amigos, ao meu namorado… mesmo ao meu irmão… quando ma pedem claro… tento não ser muito manipuladora… mas dou a minha opinião… tento não a impor… mas faço-me valer por ela…
E que bom que é ter um “Pai”, que age como tantas vezes a minha mãe agiu… O moderador de mim mesmo… O Pai que lá do alto modera as minhas acções, purifica a minha vontade, e ilumina a minha sabedoria… que bom que é poder contar com Ele para me “ralhar” quando procuro manipular os outros ou quando as minhas acções não são tão justas…
Sinto a Presença do Pai nas minhas escolhas e acções quotidianas?
Será que quando estou a querer ajudar um amigo: estou a ajudá-lo como eu acho que ele deve ser ajudado?
Ou faço o esforço de o ajudar da forma que ele precisa de ser ajudado? Será a minha sabedoria assim tão grande?