Dizia também às multidões: «Quando vedes uma nuvem levantar-se do poente, dizeis logo: ‘Vem lá a chuva’; e assim sucede. E quando sopra o vento sul, dizeis: ‘Vai haver muito calor’; e assim acontece. Hipócritas, sabeis interpretar o aspecto da terra e do céu; como é que não sabeis reconhecer o tempo presente?» «Porque não julgais por vós mesmos, o que é justo? Por isso, quando fores com o teu adversário ao magistrado, procura resolver o assunto no caminho, não vá ele entregar-te ao juiz, o juiz entregar-te ao oficial de justiça e o oficial de justiça meter-te na prisão. Digo-te que não sairás de lá, antes de pagares até ao último centavo.»
Lc 12, 54-59
Nesta leitura, Lucas apresenta-nos o tema da URGÊNCIA DO TEMPO DE DEUS que determina a existência dos homens.
Num sentido geral, o tempo define-se como aquele ritmo do movimento das coisas que está determinado pela marcha dos astros. E o no texto pressupõe que os homens tenham conseguido interpretar as formas desse tempo, mas que não tenham conseguido compreender o tempo de Deus para os homens. De facto, pela ciência, o homem conhece a marcha do espaço infinito dos astros, pela psicologia descobre o processo de maturação de uma pessoa; pela sociologia sabe precisar os momentos do avanço e formação de um grupo humano; desconhece porém, a presença do tempo de Deus na terra.
Segundo S. Lucas, podemos descobrir dois tipos humanos: o cientista é o que descobre o ritmo das mudanças das coisas e o cristão é quem descobre o sinal da urgência de Deus em Jesus Cristo.
A nós cabe-nos saber descobrir o sinal que nos indica a presença de Deus na história, cabe-nos descobrir Cristo naqueles que precisam da nossa ajuda, nos marginalizados. Cabe-nos levar os gestos de Cristo, que são o amor, o carinho e a nossa presença amiga os que não têm ninguém que proveja o necessário.