Senhor, cá vamos nós para mais um dia, com os seus desafios, com os seus cansaços, com algumas correrias, mas também mais um dia com a tua companhia. Hoje quero poder escutar-te melhor, ver-te melhor e sentir-te melhor. Hoje, sendo tempo de Quaresma, quero agradecer-te o caminho daqueles que de alguma forma foram meus pais na fé, relembrando o caminho que fez o teu povo durante 40 anos no deserto, que me permite a mim hoje acordar, em certa medida, já numa “terra prometida”.
O Evangelho, lido na Igreja por todo o mundo, é hoje João 4, 46-54:
Jesus voltou novamente a Caná da Galileia, onde convertera a água em vinho. Havia em Cafarnaum um funcionário real cujo filho se encontrava doente. Quando ouviu dizer que Jesus viera da Judeia para a Galileia, foi ter com Ele e pediu-Lhe que descesse a curar o seu filho, que estava a morrer. Jesus disse-lhe: «Se não virdes sinais e prodígios, não acreditareis». O funcionário insistiu: «Senhor, desce, antes que meu filho morra». Jesus respondeu-lhe: «Vai, que o teu filho vive». O homem acreditou nas palavras que Jesus lhe tinha dito e pôs-se a caminho. Já ele descia, quando os servos vieram ao seu encontro e lhe disseram que o filho vivia. Perguntou-lhes então a que horas tinha melhorado. Eles responderam-lhe: «Foi ontem à uma da tarde que a febre o deixou». Então o pai verificou que àquela hora Jesus lhe tinha dito: «O teu filho vive». E acreditou, ele e todos os de sua casa. Foi este o segundo milagre que Jesus realizou, ao voltar da Judeia para a Galileia.
Jesus… Estás em Caná outra vez! Diz a leitura que voltas a Caná da Galileia aonde converteste a água em vinho. Que interessante que nos apresentas agora uma presença no mesmo sítio que quase parece oposta a essa outra que conhecemos das bodas. Na primeira vez estavas numa festa de casamento, quase como um símbolo de plenitude de vida, agora voltas a Caná mas mostras o outro extremo, uma realidade entre a vida e a morte.
Será que sei, acredito e sinto que Tu estás na minha história nas mais variadas circunstâncias?
Se em ambos os casos Tu mostras o que és capaz de fazer, desta vez, podemos aprender com o funcionário real uma das dinâmica da fé. O funcionário primeiro vai até ti pela tua fama e por isso pede um milagre. Quando Tu criticas essa ânsia de milagres ele insiste na urgência. Na tua confirmação com a palavra ele acredita, e quando ele confirma com a sua vida outros acreditam.
E em mim e na minha fé que caminhos fazes?
Que este tempo de Quaresma seja um tempo para partilhar a vida contigo, Jesus, para aproximar-me do teu caminho e para que Tu te aproximes do meu. Que pela fé que tenho outros possam também acreditar. Que esta Quaresma seja verdadeiramente um tempo de comunhão, de abertura, de carinho e de ternura.