Agora somos luz?

É que outrora éreis trevas, mas agora sois luz, no Senhor. Procedei como filhos da luz – pois o fruto da luz está em toda a espécie de bondade, justiça e verdade – procurando discernir o que é agradável ao Senhor. E não tomeis parte nas obras infrutíferas das trevas; pelo contrário, denunciai-as. Porque o que por eles é feito às escondidas, até dizê-lo é vergonhoso. Mas tudo isso, se denunciado, é posto às claras pela luz; pois tudo o que é posto às claras é luz. Por isso se diz: «Desperta, tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo brilhará sobre ti». Portanto, vede bem como procedeis: não como insensatos, mas como sensatos, aproveitando o tempo, pois os dias são maus.
Ef 5,8-16
É que outrora éreis trevas, mas agora sois luz, no Senhor.
Agora somos luz?… Não parece, Senhor. Mas, de facto, Jesus, com a Sua vida e com a Sua morte (morreu por nós quando éramos ainda pecadores…), e o Espírito que nos deixou dão-nos todas as condições para que sejamos luz! Temos todo esse potencial em nós!
Então muito parvos seremos se não procedermos como filhos da luz… E o que será isso? É, segundo São Paulo, proceder com bondade, justiça e verdade.
Hoje, nos meus encontros, nas minhas escolhas, no meu trabalho, em casa, gostaria de proceder assim: ser bondosa, ter olhos e coração sensíveis ao outro e agir de acordo com isso; ser justa, ter a capacidade de ver os outros e as situações como o Pai de todos nós as vê; ser verdadeira, ter um coração limpo e transparente… Ajudas-me, Espírito? Vamos a isso? Já?
Preciso também da Tua ajuda, Espírito, para discernir o que é agradável ao Senhor, ou seja, o que mais contribui para a construção do Seu Reino. Entusiasma-me este Reino que o Pai está a construir, com a ajuda de todos! Quero que se instale rapidamente! Gostaria de fazer a minha parte. Qual será a minha parte, Pai, nesta fase concreta da minha vida e nestes tempos de crise nacional e mundial?
Também sinto que, várias vezes, tomo parte nas obras infrutíferas das trevas, que não contribuem em nada para o Reino com que sonho… Pelo contrário, atrasam-no, ou mesmo destroem partes dele que já estavam criadas… Desculpa, Senhor! Ajuda-me a levantar e começar de novo.
O que queres dizer com “denunciar as obras das trevas”? Será não calar as injustiças, as marginalizações, os atentados aos direitos humanos que vejo à minha volta? Mas quem se mete em determinados assuntos pode sair escaldado… Tu bem sabes, Jesus… Dá-me a tua coragem, que te permitiu ir até ao fim na tua proposta (e também na tua denúncia).
Aprendo também com S. Paulo, que denunciar (com amor) uma situação ou procedimento injusto, pode ser uma oportunidade de converter essa situação ou procedimento em algo de justo e bom: tudo isso, se denunciado, é posto às claras pela luz; pois tudo o que é posto às claras é luz. Peço-te, Paulo, que me ajudes a denunciar com amor e não com sobranceria, dando hipótese de mudança ao alvo da denúncia! Quem era mestre nisto era o Mestre, Jesus…
Desejo que este tempo de Páscoa seja para nós um tempo de despertar (Desperta, tu que dormes, levanta-te de entre os mortos). Despertar de comodismos, conformismos, consumismos e outros ismos que nos atordoam, e que nos impedem de viver a nossa verdadeira realidade: Filhos da Luz!
O Caminho não acaba na Quaresma…
 
Portanto, vede bem como procedeis: não como insensatos, mas como sensatos, aproveitando o tempo, pois os dias são maus.
Vamos a isso?

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