Naquele tempo, Jesus levantou os olhos e viu os ricos deitarem na arca do Tesouro as suas ofertas. Viu também uma viúva muito pobre deitar duas pequenas moedas. Então Jesus disse: «Em verdade vos digo: Esta viúva pobre deu mais do que todos os outros. Todos eles deram do que lhes sobrava; mas ela, na sua penúria, ofereceu tudo o que possuía para viver».
Lc 21, 1-4
Deus chama-nos todos os dias, mas todos os dias temos uma razão para lhe dizer “espera”, “já vou”, “agora não posso, estou ocupada”, “tenho tanto que fazer: um teste amanha, depois tenho que ir às compras pois não tenho nada em casa…” Mas Deus não nos chama em vão e há sempre quem precise de nós. Se só dermos o que temos a mais que diferença faremos daqueles que não conhecem Deus? A viúva deu “tudo o que possuia para viver”.
Cada vez nos acomodamos mais. Cada vez precisamos mais coisas para estar bem. Uma situação muito concreta tem-me feito pensar e até rir! Quando eu tinha 14 anos tinha aulas de vela. Agora o meu filho de 10 anos também tem aulas de vela. Não imaginam a diferença das roupas que eu (e toda a gente) usava e as roupas (super especiais) que o meu filho (e todos os colegas) agora usam! Cada vez estamos mais dependentes de coisas.
Façamos um esforço para viver com menos e para dar aquem precisa mesmo aquilo que pensamos que precisamos.
Nos Açores, onde vivo atualmente, no dia 1 de novembro as crianças batem de porta em porta a pedir “pão por Deus”, algumas é na noite anterior no dia de Halloween… No passado dia 1, já um pouco fora de horas, apareceu um jovem de uns 20 e tal anos, sozinho, a pedir “pão por Deus”. Fui à porta com o meu filho de 7 anos. Ficámos os 2 um pouco baralhados. O rapaz aproveitou o dia para pedir qualquer coisa para comer, usando as mesmas palavras que as crianças usam. O meu filho sugeriu que uma vez por mês fossemos dar de comer a alguém que precisa…