Como é que eu enfrento os embates da vida?

Bom dia, Jesus! Tenho de Te agradecer a Tua vida, tão ligada aos que Te rodeavam, tão vulnerável, tal como a minha, mas sem nunca perder a ligação ao Pai, que alimenta com uma força e constância maiores que qualquer abanão. Ajuda-me a viver como Tu vives.


Hoje rezamos com o Evangelho segundo S. Mateus:
“Naquele tempo, quando Jesus ouviu dizer que João fora preso, retirou-Se para a Galileia. Depois, abandonando Nazaré, foi habitar em Cafarnaúm, cidade situada à beira-mar, na região de Zabulão e Neftali, para que se cumprisse o que o profeta Isaías anunciara: Terra de Zabulão e Neftali, caminho do mar, região de além do Jordão, Galileia dos gentios. O povo que jazia nas trevas viu uma grande luz; e aos que jaziam na sombria região da morte surgiu uma luz. A partir desse momento, Jesus começou a pregar, dizendo: «Convertei-vos, porque está próximo o Reino do Céu.» Caminhando ao longo do mar da Galileia, Jesus viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores. Disse-lhes: «Vinde comigo e Eu farei de vós pescadores de homens.» E eles deixaram as redes imediatamente e seguiram-No. Um pouco mais adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, os quais, com seu pai, Zebedeu, consertavam as redes, dentro do barco. Chamou-os, e eles, deixando no mesmo instante o barco e o pai, seguiram-No. Depois, começou a percorrer toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, proclamando o Evangelho do Reino e curando entre o povo todas as doenças e enfermidades.”
Mt 4,12-23:


Esta passagem relata um acontecimento muito forte na vida de Jesus, a morte do Seu primo.
Sabemos muito pouco da vida “escondida” de Jesus. Mas João era-Lhe muito querido e perdê-lo assim, de maneira tão brutal e fútil, só pode ter sido um abanão muito forte. E com certeza que não custou apenas perder um primo, um amigo e companheiro. Esta reacção do poder político a um profeta incómodo deve ter assustado Jesus. Se cortam a cabeça ao profeta, o que me farão a Mim, que sou Filho de Deus?
Esta leitura mostra-nos como Jesus era sensível aos acontecimentos. Não foi um robot programado.
Jesus recolhe-Se para junto do mar de Genesaré e fez o que sempre fazia quando precisava de respostas ou de força: fala com o Pai. Não foge do problema e da dor, nem Se lança de imediato com as Suas forças. Vai ao Pai. E do Pai recebe a resposta e a força. E é então que chama os primeiros discípulos e Se lança a anunciar o Reino.
E como é que eu enfrento os embates da vida? Em primeiro lugar, reconheço que alguma coisa me correu mal? Quando levo uma multa da EMEL pago-a no primeiro multibanco para me poder esquecer do assunto. Isto pode ser uma reacção inteligente, desocupar a cabeça para coisas mais importantes, ou o sinal de um padrão, que é virar a página tão depressa quanto possível para não lidar com o desapontamento ou com a contrariedade. E nos embates importantes? Uma desilusão comigo, com a família, uma expectativa gorada ou um projecto que deu em nada depois de ter investido? Acredito que o Pai tem resposta? Ou Deus para mim é assim tão impotente perante os vazios da minha vida e perante as minhas feridas?


Senhor, ajuda-nos a confiar em Ti, ensina-nos o caminho para a Tua casa, para os Teus braços, para nos mostrares as possibilidades de vida em tudo, mas mesmo tudo o que há na nossa vida.

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