E se Ele não nasceu?
A pergunta não pretende questionar a vinda do Menino. Procura, sim, ir de encontro à possível percepção de cada um sobre este tempo: e se não me apercebi de que Ele nasceu…; OK, nasceu mas não tive oportunidade de estar com Ele…; etc. Confesso que, apesar de ter tido a sorte de em todas as segundas-feiras do Advento ter parado 15 minutos logo ao início da manhã para preparar, em conjunto com os companheiros do trabalho, o Encontro do Natal, vivi este mês como, provavelmente, a maioria das pessoas: consumido entre muitas tarefas e compromissos. Muita da energia foi gasta em dar resposta às exigências e responsabilidades do trabalho, audições e concertos das miúdas, reuniões e formações, telefonemas, sms’s, mails, jantares de Natal, o que queria ter feito e não fiz, compras feitas e compras por fazer. O sacramento da reconciliação, que já há algum tempo desejava viver, surgiu apenas no dia 24. O presépio, em casa, foi construído num dia do fim de semana que antecedeu o Natal porque já não dava para adiar mais. Nesse dia, algum tempo depois de termos concluído tão importante tarefa, houve um momento que atraiu toda a minha atenção. Ao chegar à sala e ao olhar de novo para o trabalho realizado, reparei que o menino não estava no sítio. Procurei melhor e encontrei-o ao colo de José. Uma das minhas filhas achou que estaria melhor ali. Aquela imagem forte tem me acompanhado desde então. Por um lado, a minha teimosia em “colocar” Jesus no sítio, sempre o mesmo todos os anos, sem Lhe perguntar nada e sem Lhe dar outras (novas) possibilidades. Por outro, o inesperado de estar ao colo de José… creio que naquele momento muito do que me ocupava a cabeça como ultra necessário deixou de o ser. O convite a que, este ano, o colo a Jesus não fosse tarefa exclusiva de Maria apanhou-me desprevenido: se calhar é isso o Natal! Simeão intuiu-o e “movido pelo Espírito” foi ao Templo conhecer o Menino. Com o Menino ao colo, louvou a Deus, dizendo “os meus olhos viram a Tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória do Teu povo Israel” Lc 2, 25-40 E se Ele ainda não nasceu? Nesta semana de visitas e balanços, entre o Natal e o futuro, mais do que para avaliações e propósitos, frustrações e euforias, tiremos uma manhã, ou uma tarde ou uma noite para estar a sós com o Menino, ao colo. Tiremo-Lo do presépio que o cristaliza e levemo-Lo a passear nas cidades, a exterior onde vivemos e a interior onde também vivemos. Façamos uma surpresa, cantemos as nossas músicas preferidas, contemplemos as Suas expressões, sem pressas. Maria e José, sem pressas, dão-nos tempo para estar juntos. Se ainda não houve encontro, não faz mal. Podemos ir e pegá-Lo ao colo.
A pergunta não pretende questionar a vinda do Menino. Procura, sim, ir de encontro à possível percepção de cada um sobre este tempo: e se não me apercebi de que Ele nasceu…; OK, nasceu mas não tive oportunidade de estar com Ele…; etc. Confesso que, apesar de ter tido a sorte de em todas as segundas-feiras do Advento ter parado 15 minutos logo ao início da manhã para preparar, em conjunto com os companheiros do trabalho, o Encontro do Natal, vivi este mês como, provavelmente, a maioria das pessoas: consumido entre muitas tarefas e compromissos. Muita da energia foi gasta em dar resposta às exigências e responsabilidades do trabalho, audições e concertos das miúdas, reuniões e formações, telefonemas, sms’s, mails, jantares de Natal, o que queria ter feito e não fiz, compras feitas e compras por fazer. O sacramento da reconciliação, que já há algum tempo desejava viver, surgiu apenas no dia 24. O presépio, em casa, foi construído num dia do fim de semana que antecedeu o Natal porque já não dava para adiar mais. Nesse dia, algum tempo depois de termos concluído tão importante tarefa, houve um momento que atraiu toda a minha atenção. Ao chegar à sala e ao olhar de novo para o trabalho realizado, reparei que o menino não estava no sítio. Procurei melhor e encontrei-o ao colo de José. Uma das minhas filhas achou que estaria melhor ali. Aquela imagem forte tem me acompanhado desde então. Por um lado, a minha teimosia em “colocar” Jesus no sítio, sempre o mesmo todos os anos, sem Lhe perguntar nada e sem Lhe dar outras (novas) possibilidades. Por outro, o inesperado de estar ao colo de José… creio que naquele momento muito do que me ocupava a cabeça como ultra necessário deixou de o ser. O convite a que, este ano, o colo a Jesus não fosse tarefa exclusiva de Maria apanhou-me desprevenido: se calhar é isso o Natal! Simeão intuiu-o e “movido pelo Espírito” foi ao Templo conhecer o Menino. Com o Menino ao colo, louvou a Deus, dizendo “os meus olhos viram a Tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória do Teu povo Israel” Lc 2, 25-40 E se Ele ainda não nasceu? Nesta semana de visitas e balanços, entre o Natal e o futuro, mais do que para avaliações e propósitos, frustrações e euforias, tiremos uma manhã, ou uma tarde ou uma noite para estar a sós com o Menino, ao colo. Tiremo-Lo do presépio que o cristaliza e levemo-Lo a passear nas cidades, a exterior onde vivemos e a interior onde também vivemos. Façamos uma surpresa, cantemos as nossas músicas preferidas, contemplemos as Suas expressões, sem pressas. Maria e José, sem pressas, dão-nos tempo para estar juntos. Se ainda não houve encontro, não faz mal. Podemos ir e pegá-Lo ao colo.