Querido, Jesus, obrigada por este dia. Agradeço o dom da minha vida e o dom da vida de cada pessoa.
Ensina-me a encontrar-te em mim, nos outros e em tudo.
Quero aprender a acolher aquilo que me dizes, independentemente do que me faz sentir, se me encanta, agrada, aborrece, questiona, inquieta, agita, dá paz. Quero aprender a permanecer.
Hoje quero acolher o que me dizes no Evangelho de São Lucas 10,1-9:
Depois disto, o Senhor designou outros setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois, à sua frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir. Disse-lhes: «A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, portanto, ao dono da messe que mande trabalhadores para a sua messe. Ide! Envio-vos como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa, nem alforge, nem sandálias; e não vos detenhais a saudar ninguém pelo caminho. Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ E, se lá houver um homem de paz, sobre ele repousará a vossa paz; se não, voltará para vós. Ficai nessa casa, comendo e bebendo do que lá houver, pois o trabalhador merece o seu salário. Não andeis de casa em casa. Em qualquer cidade em que entrardes e vos receberem, comei do que vos for servido, curai os doentes que nela houver e dizei-lhes: ‘O Reino de Deus já está próximo de vós.’»
Estes homens fizeram o que Jesus lhes disse. Será que conheceram Jesus anteriormente ou somente nesse momento?
Será que me falta esta espontaneidade e entusiasmo de ir, sem mais, a esses lugares onde não costumo ir, a mudar rotinas, a procurar estar de forma mais criativa nos espaços de oração e na relação com os outros.
Porque é que o Senhor me criou e escolheu como sou?
Por vezes, penso que talvez o Senhor se tenha enganado… E, no entanto, consigo perceber (ainda não sinto muito) que há algo de bom em mim, que a minha vida é um dom para os outros. Que os outros também me dão os seus dons e, realmente, recebo muitíssimo.
Hoje, queres enviar-nos às cidades e lugares onde queres ir?
Este percurso exterior (ir ao encontro) é também um percurso interior: deixar que o Senhor nos acompanhe de uma maneira próxima e intima. Afinal, o Reino de Deus já está em nós, apenas é preciso tomar consciência, recebê-lo e aprender a vivê-lo.
Gosto muito que a leitura refira que estes homens eram chamados a ir a todas as cidades e lugares. Ninguém deve ficar de fora. Esta partida dos discípulos é uma esperança, algo novo que nasceu. Hoje, também podemos partir.
Qual a voz a quem respondo? A do envio? A do medo? Será que tenho que agradar aos outros ou posso ser mais livre? Ser como sou?
Pai, quero agradecer-te a oração de hoje.
Peço-te que nos ajudes naquilo que mais necessitamos.
Ensina-nos a contemplar, pelo menos um pedacinho da infinita beleza e bondade que existe e que nos ofereces neste dia.