Vem, Senhor, iluminar o meu dia. Vem habitar o meu coração e transformar a minha vida.
Vem mudar as realidades que precisam mesmo de ser transformadas pela tua força criadora. Vem libertar-nos de tudo o que nos atormenta e nos impede de viver melhor.
É-nos hoje apresentada a Palavra de Deus em Mc 5, 1-20
Logo que Jesus desembarcou, veio ao Seu encontro, um homem possesso de um espírito mau. Ninguém era capaz de o dominar. Ao ver Jesus de longe, correu a prostrar-se diante d’Ele e disse, clamando em alta voz: “Que tens a ver comigo, Jesus, Filho de Deus? Rogo-Te, por Deus, que não me atormentes”.
Mas Jesus dizia-lhe: “Espírito mau, sai desse homem!” (…). O homem que tinha estado possuído pediu a Jesus que o deixasse ir com Ele. Jesus não lho permitiu, mas disse-lhe: “Vai para casa, para junto dos teus, conta-lhes tudo o que o Senhor te fez e como teve compaixão de ti”. Então ele foi e dizia a todos o que Jesus tinha feito por ele.
Escutemos com o coração o que Jesus nos diz neste episódio.
Há um homem que sofre. Contudo, não pede a Jesus que o cure ou lhe alivie o sofrimento. Pelo contrário, diz-lhe que se afaste: “Que tens a ver comigo?”
Tantas vezes dizemos isto a Jesus: “Não tens nada com isso, Senhor! Deixa-me resolver…”!
Possuídos por aquilo que nos atormenta, reclamamos, tornamo-nos amargos, fazemos a vida difícil a quem está perto de nós… E não aceitamos a conversão que Jesus nos propõe.
Converter-se é “voltar-se para”: virar-se para Jesus, deixar que Ele nos mude, que nos mude no mais fundo, como a este homem.
O espírito é o que nos habita. Então, o que me habita? O Espírito de Deus, ou todos esses espíritos de inveja, arrogância, comodismo, prepotência, impaciência, irritação…?
Somos tocados por tudo isto: faz parte da nossa natureza humana. Mas, como é que eu quero viver? E, mais ainda, como é que Jesus me convida a viver?
“Vai para casa, para junto dos teus, conta-lhes tudo o que o Senhor te fez e como teve compaixão de ti”.
Senhor, perdoa-me, porque posso ser transformada por ti, e prefiro afastar-me; posso encontrar uma felicidade infinitamente maior e vivo possuída pelas situações; posso ter uma existência agradecida e não reconheço tudo o que Tu fazes por mim.
Dá-me, ao longo deste dia, a capacidade de me encontrar contigo e a humildade de me deixar curar pelo tua ternura.