Espiritualidade da Confiança e da Esperança

Bendito o homem que confia em Javé, e em Javé deposita a sua segurança. Ele será como a árvore plantada à beira da água que lança raízes em direcção ao rio. Não teme quando vem o calor, e as suas folhas estão sempre verdes; no ano da seca, não se perturba, e não cessa de dar frutos.
Jer. 17, 7-8
 
Penso que nos tempos difíceis que vivemos e vamos viver o nosso olhar não deve ter uma perspectiva horizontal mas vertical. Não porque essa perspectiva nos distrai das preocupações quotidianas mas porque nos coloca num plano de esperança e de confiança. Nada escapa da mão de Deus e por isso o que vivemos não é a última palavra. Deus que já fez o mundo mudar de tantos modos e que nos deu o Seu filho como derradeira e eficaz salvação, não deixará de criar a possibilidade de melhorar.
Por isso creio firmemente que a confiança é uma confiança baseada nessa premissa – Deus salva.
A Esperança é uma esperança activa. É espera de algo que não sabemos como será, mas que ocorrerá. A esperança activa necessária neste momento é a de dar pequenos passos na direcção certa de crescimento – ainda que os frutos imediatos não sejam visíveis – colocando sementes, somando contributos, agarrando todas as pequenas oportunidades de construir.
Creio que a fé de que Jesus fala na imagem do grão de mostarda, tem um pouco a ver com isto: pequenos passos com a segurança de vir a construir uma auto-estrada. Pequenas sementes para vir a ter uma árvore grandiosa.
Se formos a coisas concretas – que podemos fazer?
– olhar para o do lado, que está pior que eu e compadecer-se como Jesus e agir – não ter medo de perder algo, pois lançamos sementes para uma mudança de atitudes, de comportamentos.
– partilhar de forma real e efectiva – mas partilhar mesmo o dinheiro que por sorte posso ter; descobrir formas de o partilhar que dêem resposta mais directa às minhas convicções – porque acredito na forma como é gerido, nos frutos da sua aplicação, porque a minha partilha vai ter repercussão social e não só individual.
– não embarcar nesse jogo de fuga a impostos, aldrabar vencimentos, etc. a fidelidade, a correcção em pequenas coisas para conseguir o crescimento efectivo para todos.
– e o que fazer dos políticos – dos que roubam – que não gerem bem? Rezar por eles? Rezar por aqueles que nos ultrapassarão e serão capazes de gerir correctamente a coisa pública. Pedir por melhores políticos e gestores, influenciar no que se pode e apoiar os que se decidirem a avançar.
 
 

Os comentários estão encerrados.