Estamos ligados ou desligados?

Bom dia Papá. Que bom poder chamar-te Papá. Como é bom saber que Tu me acompanhas, saber que me escutas e que não és indiferente aos meus sofrimentos, aos meus desejos, aos meus sonhos e à minha vida. Creio que ainda existem muitos cristãos que não têm esta experiência e sei como é um privilégio tão grande ter-te conhecido assim.


Hoje oramos com a leitura de Mateus no capítulo 12 do versículo 46 ao 50. Trata-se de uma passagem muito pequena mas que nos pode dizer muito acerca da diferença que faz viver contigo ou viver só:
Jesus ainda estava a falar às multidões. Sua Mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com Ele. Alguém disse a Jesus: «Olha! Tua Mãe e teus irmãos estão lá fora, e querem falar contigo». Jesus perguntou àquele que tinha falado: «Quem é minha Mãe e quem são os meus irmãos?» E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: «Aqui estão minha Mãe e meus irmãos, pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai que está no Céu, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe».


Esta leitura questiona-nos acerca da importância que damos às relações que temos na nossa vida. Por vezes são demasiado fortes as relações familiares. Tem muito peso sobre nós a opinião dos nossos pais, estamos muito condicionados pela educação e pelo modo como se faziam as coisas na “minha casa”.
Se nos recordarmos das três expressões do amor: Eros, Filia e Ágape. Filia seria o amor das nossas relações familiares – o amor de amizade, o amor de sangue. Jesus vem dizer-nos com esta leitura que o amor de Deus – o amor ágape ultrapassa as fronteiras familiares. Claro que a família é importante! Claro que Maria era importante para Jesus. Mas o amor que nos dá a Vida. O amor que rompe os nossos condicionamentos. O amor que nos une á natureza. O amor que nos une a todo o mundo é o Amor de Deus.
Por outro lado Jesus coloca-nos a fasquia muito alta – sermos família divina – com o Pai, o Filho e o Espirito Santo. Isso que significa no dia-a-dia? Apenas uma retórica bonita? Eu penso que não. É muito prático e quotidiano – significa viver acompanhado pelas pessoas divinas. Que bom!
Mas parece que existe um problema. Só chegamos lá se fizermos a vontade de Deus. Eu sei que não é fácil discernir isso. Por outro lado nem sempre quero fazer a vontade de Deus. Não podemos viver sempre na angustia de não saber qual é a vontade de Deus – por isso eu acredito que tem de ser Amar e ser Amado. Ele é puro amor – por isso a sua vontade não pode fugir deste predicado. Já é um princípio prático para discernir. Mais importante do que duvidar se por fazermos ou não fazermos somos filhos de Deus e irmãos de Jesus a nossa atitude deve ser acolher este Amor nas nossas vidas e procurar amar e ser amados como Ele.


Agora que terminamos este tempo de oração, pedimos-te que neste dia tenhamos este desejo em nós – o desejo de amar e de ser amados como somos amados por Deus.

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