“Antes disso tudo, porém, sereis presos e perseguidos; sereis entregues às sinagogas e jogados na prisão; sereis levados diante de reis e governadores por causa do meu nome. Será uma ocasião para dardes testemunho. Determinai não preparar vossa defesa, porque eu vos darei palavras tão acertadas que nenhum dos inimigos vos poderá resistir ou rebater. Sereis entregues até mesmo pelos próprios pais, irmãos, parentes e amigos. A alguns de vós matarão. Sereis odiados por todos, por causa de meu nome. Mas nem um só fio de cabelo cairá da vossa cabeça. É pela vossa perseverança que conseguireis salvar a vossa vida!”
Lc 21, 11-19

Ao ler esta leitura questionava-me: estarei à altura? Serei capaz? Ao mesmo tempo, já no final a frase “…É pela vossa perseverança que conseguireis salvar a vossa vida!” mexeu comigo e fez-me parar. Comecei então a dar-lhe voltas e tempo…

Aos poucos fui-me apercebendo que o Senhor não me pede que seja perfeito, que seja logo capaz de dá-lo a conhecer com fervor e convicção, que seja capaz de assumir todas as consequências, que seja capaz de entregar a vida. Pede-me isso sim aquilo que seja capaz de dar, vivendo com ele presente na minha vida, deixando-me cativar pelo seu modo de ser… Um desafio para toda a minha vida!

Uma vida assim, não pode ser vivida em esforço continuado, em luta constante, ou simplesmente resignando-me e dizendo que este é o meu/nosso destino. Só que tantas vezes pela força da rotina, a competição e a sensação de que temos de estar sempre bem parece confirmar esta forma de estar na vida.

Apercebia-me que passa mais por uma opção cada vez mais clara e consciente daquilo que são as minhas sedes e que só vão tendo resposta com o Senhor, ao fazer-me encontrar profundamente comigo próprio, levando-me a ser cada vez mais genuinamente eu, e a relacionar-me com os outros numa relação afetiva que me transforma.

E esta transformação tem ocorrido em que domínios da minha vida? Com quem? Como tem acontecido? Como se tem manifestado?