A Igreja assinala hoje a Festa da Transfiguração do Senhor, um momento de gozo e luz da vida de Jesus: Senhor, que ao orar hoje este momento da Tua vida, nos inspires a viver um dia de férias ou de trabalho marcado pela alegria de nos experimentarmos filhos.
O Evangelho de hoje é Mc 9, 2- 10:
Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João e levou-os, só a eles, a um monte elevado. E transfigurou-se diante deles. As suas vestes tornaram-se resplandecentes, de tal brancura que lavadeira alguma da terra as poderia branquear assim. Apareceu-lhes Elias, juntamente com Moisés, e ambos falavam com Ele. Tomando a palavra, Pedro disse a Jesus: «Mestre, bom é estarmos aqui; façamos três tendas: uma para ti, uma para Moisés e uma para Elias.» Não sabia que dizer, pois estavam assombrados. Formou-se, então, uma nuvem que os cobriu com a sua sombra, e da nuvem fez-se ouvir uma voz: «Este é o meu Filho muito amado. Escutai-o.» De repente, olhando em redor, já não viram ninguém, a não ser só Jesus, com eles. Ao descerem do monte, ordenou-lhes que a ninguém contassem o que tinham visto, senão depois de o Filho do Homem ter ressuscitado dos mortos. Eles guardaram a recomendação, discutindo uns com os outros o que seria ressuscitar de entre os mortos.
Esta leitura é rezada sempre no 2º domingo da Quaresma, mas a Igreja festeja este momento isoladamente em Agosto. Festejar significa celebrar algo bom, marcante e importante nas nossas vidas. Somo convidados a fazê-lo, mas será que hoje achamos importante a transfiguração de Jesus? Não será algo distante e estranho aos olhos de hoje?
Com Jesus, procurei perceber o que nos convida a aprofundar:
– Jesus quer estar com estes amigos, a sós, para lhes transmitir algo. Também a nós nos chama, de vez em quando, a estarmos mais tempo a sós com Ele. Jesus, hoje será um desses dias em que queres estar mais tempo a sós comigo, sem ser a correr, num encontro fugaz?
– Jesus transmite aos três discípulos uma experiência convincente de Deus, de modo a que ganham mais convicção de que Ele é o rosto de Deus, ao ouvir “este é o Meu filho muito amado. Escutai-o”. O Senhor sabe que temos dúvidas, e que temos resistências a deixar-nos “apanhar” por ele, e por isso convida-nos a ter momentos com Ele de puro gozo, de desfrutar dele, de agradecer a vida, sem estar a trabalhar algum aspecto em nós – estar com Ele pelo gosto de estar com Ele, o Deus amigo e companheiro. É isso que nos converte e nos transfigura, não os nossos propósitos. Deixar hoje que Ele simplesmente me ilumine com a sua presença, a sua Palavra, e desfrutar; deixar que Ele me convença de que é o Filho muito amado que o Pai nos oferece para viver em plenitude.
– Tudo acaba e volta ao normal, e descem do monte. Para Jesus, a transfiguração foi essencial para Ele ganhar forças para o que restava do seu caminho, e era a parte mais difícil (Jerusalém…). Quantas vezes subimos ao monte para que o Senhor nos fortaleça perante um desafio, dificuldade, não para nos tranquilizarmos, mas para conseguirmos fazer bem o que nos compete? Até para viver bem umas férias de praia por vezes é preciso que antes o Senhor nos dê inspiração e nos ajude a discernir o que fazer…
Recentemente perguntei a Jesus porque é que não somos mais espetaculares no ser cristãos, no ser felizes, de modo a convencer os outros mais facilmente… a resposta foi que não temos que convencer por actos espectaculares, mas sim por uma vida que se vai traduzindo em actos, atitudes e opções que vão reflectindo o que o Pai nos chama a ser. Uma vida em que nos vamos transfigurando, tornando-nos em Cristo.
Senhor, que procure mais vezes estar a sós e com tempo contigo, para te ver como és, o Filho de Deus, e que reforces assim a minha fé; que me vás transformando continuamente para viver como Filho e me ajudes transfigurar o nosso mundo!