“Não rogo só por eles, mas também por aqueles que hão-de crer em Mim, por meio da sua palavra, para que todos sejam um só, como Tu, Pai, estás em Mim e Eu em Ti; para que assim eles estejam em Nós e o mundo creia que Tu Me enviaste. Eu dei-lhes a glória que Tu Me deste, de modo que sejam um, como Nós somos Um. Eu neles e Tu em Mim, para que eles cheguem à perfeição da unidade e assim o mundo reconheça que Tu Me enviaste e que os amaste a eles como a Mim.”
João 17, 20-23
Esta leitura é muito bonita. Jesus, aproximando-se da sua hora, fala com o Pai, não para se queixar ou lamentar de si ou dos outros, mas para poder exprimir o essencial: todo o amor que existe entre Ele e o Pai, o Pai e Ele, e como esse amor nos abraça a todos.
Todos somos profundamente amados mesmo que não o consigamos reconhecer. Jesus expressa o desejo de poder chegar a todos.
Agradeço muito este amor que me é dado a mim, e a cada um, mesmo que não consiga atingir ou receber na sua grande parte.
Nas nossas relações humanas, reconheçamos como é bom, simplesmente, estar com alguém de quem gostamos. Estar à vontade, podermos estar em silêncio ou dialogar, podermos ser nós próprios. Aí, podemos dizer o que pensamos e sentimos sobre a vida e as circunstâncias. Aprendemos a ouvir o outro naquilo que diz e não diz. A liberdade é que experimentamos é enorme, não há julgamentos. A aceitação é total. O outro faz parte de nós e nós dele. O que lhe acontece é importante para nós!
A relação de Jesus com o Pai é assim. Talvez seja ainda mais intima, livre e gratuita. Uma união não apenas de partilha de pensamentos e interesses comuns mas uma união total de vida, de olhares, de sorrisos, de palavras, de toques que curam, indo ao encontro de todos. Também em momentos de conflito e dor.
Ninguém fica excluído deste Amor entre o Pai e o Filho e vice-versa.
O que significa esta união para mim?
Desejo esta sintonia e comunhão com Deus e com os outros?
Como posso sair de mim e ir ao encontro de alguém hoje?
Senhor, dá-me a coragem e simplicidade para o fazer.