Saulo, entretanto, respirando sempre ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, foi ter com o Sumo Sacerdote e pediu-lhe cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de que, se encontrasse homens e mulheres que fossem desta Via, os trouxesse algemados para Jerusalém. Estava a caminho e já próximo de Damasco, quando se viu subitamente envolvido por uma intensa luz vinda do Céu. Caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: «Saulo, Saulo, porque me persegues?» Ele perguntou: «Quem és Tu, Senhor?» Respondeu: «Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Ergue-te, entra na cidade e dir-te-ão o que tens a fazer.»…Começou, então, imediatamente, a proclamar nas sinagogas que Jesus era o Filho de Deus.
Jo 6, 52-59
Embora não tenha presenciado a cena, acredito que para a conversão de Paulo, mais decisivo do que o enquadramento sobrenatural da cena, tenha sido a surpresa de Paulo constatar que Deus, a quem Ele perseguia, não lhe queria mal por isso, antes contava com Ele nos seus planos. Digo isto por crer que Saulo, tal como nós, ou pelo menos eu certamente, possa ter experimentado também esse amor gratuito de Deus que, ante as nossas faltas, reage com o perdão e dá-nos novas perspectivas de vida, provocando em nós um certo espanto por não lhe ficarmos a dever nada, nenhum favor. Esta gratuidade converte o nosso coração a fazer o mesmo com os outros.