«Farei de vós pescadores de homens»

Caminhando ao longo do mar da Galileia, Jesus viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores. Disse-lhes: «Vinde comigo e Eu farei de vós pescadores de homens.» E eles deixaram as redes imediatamente e seguiram-no. Um pouco mais adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, os quais, com seu pai, Zebedeu, consertavam as redes, dentro do barco. Chamou-os, e eles, deixando no mesmo instante o barco e o pai, seguiram-no.
Mt.4,18-22

S. Mateus, nesta leitura, convida-nos a reflectirmos sobre o discipulado de Cristo.
As palavras que Jesus dirige: «Vinde e segui-Me, farei de vós pecadores de homens» e depois, «os chamou», são os termos técnicos para definir o discipulado mais restrito. Também entre os judeus o verdadeiro discípulo se formava no seguimento do seu mestre e a sua vida era modelada pela aceitação do jugo que o mestre impunha. Existe um paralelismo entre o discipulado judaico e cristão: entrar para a escola de um mestre, viver com ele, aceitar os seus ensinamentos, renunciar a muitas coisas. Apesar destas semelhanças existem muitas diferenças: no discipulado judaico, a iniciativa era do aluno que queria matricular-se numa determinada escola; no discipulado cristão, a iniciativa é sempre de Cristo, que é quem chama. Os discípulos judeus eram-no com a esperança de um dia deixarem de o ser, convertendo-se também eles em mestres; o discipulado na escola de Cristo é permanente. A vida do discípulo judeu podia vir a ser muito diferente da do seu mestre; o discípulo cristão tem que viver à semelhança do seu mestre e beber o cálice que Ele bebeu.
A frase chave do trecho apresentado por Mateus, temo-la na missão que Cristo pensa confiar aos discípulos: «farei de vós pescadores de homens». Esta frase é decisiva e vinculante de Jesus que confia este serviço àqueles que são por eles chamados. E Santo André além de ouvir o convite de Jesus, aceitou e assumiu a grande missão de ser pescador de homens. Uma missão que é confiada a cada um de nós, discípulos de Cristo hoje. A missão de testemunhar o amor de Cristo no mundo, transformando-o. E se assim o fizermos, «o mundo reconhecerá que somos de facto seus discípulos».

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