“Quanto a Maria, conservava todas estas coisas, ponderando-as no seu coração.”
Lc 2, 19
Estou a ler um texto sobre Discernimento e Exame do dia:
“Discernir é viver continuamente, “aqui e agora”, descobrindo o que Deus nos pede. E isto nasce da experiência de amor e abandono que nos leva a querer amar a Deus sempre e com toda a nossa mente, coração e forças, para poder, em consequência, amar bem todos os irmãos. O viver aqui e agora a escuta de Deus supõe um contínuo êxodo, viver a vida como um êxodo ou peregrinação até ao melhor, e não tanto como uma superposição de momentos isolados, como a soma de fragmentos.”
“Para viver segundo este espírito ou desejo são úteis distintas práticas (…). De entre elas, quero centrar-me no exame do dia (…).”
“Bastaria fazer um exame de 10 ou 15 minutos cada dia para poder adquirir um desejo distinto diante da vida. O exame ajudar-nos-á a descobrir Deus, a descobrir o mundo onde vivemos e sermos capazes de o amar mais; como também nos poderá ajudar a conhecer as dinâmicas do bem e do mal, as dinâmicas que nos convertem em pessoas ou nos destroem como pessoas.”
Com alguma frequência, no meu dia-a-dia, procuro fazer o exame do dia, nem sempre ao fim do dia, porque estou muito cansada, mas às vezes ao longo do dia, nos momentos de paragem (na viagem de metro de e para o trabalho, quando almoço sozinha, etc). Têm-me ajudado muito estes momentos de diálogo com Deus, deixar-me olhar desde o Seu olhar, percorrer o meu dia com a Sua misericórdia e com a Sua esperança.
Ajuda-me muito estar atenta às minhas atitudes, perceber o quanto as pessoas e as situações me afectam, o quanto eu me deixo afectar (perceber que estou emocionalmente mais dependente de certas pessoas, de certas coisas do que gostaria).
O exame do dia tem-me ajudado muito a reconhecer o actuar do Espírito Santo na minha vida.
“O exame constante permite-nos viver a vida desde a liberdade. Livres das coisas, das pessoas, de nós mesmos… livres para poder amar as coisas e as situações, as pessoas e nós mesmos, desde Deus.”