Estando Jesus à mesa em casa de Mateus, muitos cobradores de impostos e pecadores foram e sentaram-se à mesa com Jesus e os seus discípulos. Alguns fariseus viram isto e perguntaram aos discípulos: «Porque é que o vosso Mestre come com os cobradores de impostos e os pecadores?» Jesus ouviu a pergunta e respondeu: «As pessoas que têm saúde não precisam de médico, mas só as que estão doentes. Aprendei, pois, o que significa: “Eu quero a misericórdia e não o sacrifício”. Porque Eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores».”
Penso que todos precisamos de aprender o que significa preferir a misericórdia ao sacrifício: connosco mesmos; com o outro; com as situações e os contextos; etc. Não uma atitude de desinteresse e “deixar andar” mas fazer a experiência de ser amado na miséria, de amar (acolher) as misérias do outro, do mundo. Na nossa vida devemos rever as cargas que colocamos aos nossos ombros e aos ombros dos outros – é mesmo necessário isto? A quem é que isto ajuda? Qual é o sentido para isto?
A outra mensagem muito forte nesta leitura é a de que Deus não olha a pessoa pelo que faz ou fez, mas pelo que pode SER. Não vem chamar os melhores mas os piores – servem-lhe melhor os imperfeitos, os pecadores, os que erram, os que não são capazes – provavelmente porque aí se manifesta o verdadeiro poder de Deus, porque podem deixar que Deus seja Deus.