Bom dia Pai! Em mais um novo dia, quero agradecer-te o dom da vida, a beleza da natureza nos seus ciclos, a luz da manhã… E também tantas pessoas que há, pela riqueza e diversidade que são e trazem à vida de cada um! Obrigado pelo bom humor, pela disponibilidade, pela ousadia, pela alegria de tantos que fazem parte da nossa vida! Agradeço-te em concreto os que neste momento me vêm à mente: crentes ou não, que lhes dês hoje o teu Espírito e um dia proveitoso.
Peço-te pelo mundo: tão complexo, com tantas dificuldades em tantos lados… que a todos inspires para que hoje o dia possa ser melhor para os que sofrem, não têm casa, vivem em países marcados pela guerra ou terrorismo, vivem situações pessoais ou familiares de angústia.
Por fim, quero ter presente hoje o Papa Francisco, que insistentemente nos pede que rezemos por ele: que hoje, dia de audiência geral no Vaticano, lhe dês a tua luz, a tua força e inspiração, no seu ministério de unidade.
O texto do Evangelho que a Igreja nos propõe hoje é Mc.12, 18-27:
Naquele tempo, vieram ter com Ele os saduceus, que negam a ressurreição, e interrogaram-no: «Mestre, Moisés prescreveu-nos que se morrer o irmão de alguém, deixando a mulher e não deixando filhos, seu irmão terá de casar com a viúva para dar descendência ao irmão. Ora havia sete irmãos, e o primeiro casou e morreu sem deixar filhos. O segundo casou com a viúva e morreu também sem deixar descendência, e o mesmo aconteceu ao terceiro; e todos os sete morreram sem deixar descendência. Finalmente, morreu a mulher. Na ressurreição, de qual deles será ela mulher? Porque os sete a tiveram por mulher.» Disse Jesus: «Não andareis enganados por desconhecer as Escrituras e o poder de Deus? Quando ressuscitarem de entre os mortos, nem eles se casarão, nem elas serão dadas em casamento, mas serão como anjos no Céu. E acerca de os mortos ressuscitarem, não lestes no livro de Moisés, no episódio da sarça, como Deus lhe falou, dizendo: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacob? Não é um Deus de mortos, mas de vivos. Andais muito enganados.»
Encontramos um grupo de pessoas que, tendo dúvidas, as coloca abertamente a Jesus (ainda que em tom desafiante). É bom que coloquemos as nossas dúvidas diante do Senhor! Podemos sempre fazê-lo na oração. Costumo colocar-te as minhas dúvidas, Jesus? Há alguma que receie apresentar-te? De quê em concreto duvido hoje? Que resposta intuo da tua parte?
Jesus responde aos saduceus sem fugir à pergunta, com argumentos lógicos e desafiando, com alguma contundência, a uma fé mais forte. Isto pode também inspirar-nos no modo como nos relacionamos com os outros: Jesus, como costumo responder aos desafios que me fazem (não apenas no domínio da fé)? Como me faço entender, para que percebam o meu ponto de vista? Como costumo dialogar?
Por fim, não podemos deixar de sentir-nos interpelados pela resposta de Jesus (“Não andareis enganados por desconhecer as Escrituras e o poder de Deus?”): procuro respostas orando também a Palavra de Deus, crendo que através dela te revelas? Acredito no poder de Deus? O poder não apenas de ressuscitar dos mortos, como aqui é perguntado, mas o poder da sua actuação no mundo, na eficácia do seu amor na transformação do mundo? É que num tempo em que a atuação de Deus já não é praticamente discutida publicamente, e está aparentemente desligada dos problemas com que lidamos, podemos ser tentados a viver uma fé diminuta, intimista, à medida do que vemos e ignorando o poder de Deus…
Jesus, que hoje esteja atento ao teu actuar e do Pai no quotidiano, e possas encontar em mim capacidade de resposta face aos desafios que me são feitos. Que me ajudes a saber dialogar, especialmente em situações de tensão, quer seja profissionalmente, quer seja em casa, com os meus filhos, a minha mulher ou marido. Peço-te o dom e a capacidade de acreditar no poder de Deus… pondo tudo da minha parte, na certeza de que tudo o mais depende de ti.