Sabedoria, capítulo 7, versículo 21 a 26

 

 

Ultimamente, o livro da Sabedoria tem-me “perseguido” na minha oração…

Penso que isto tem tudo a ver, Pai, com ter andado inquieto, relativamente ao facto de me sentir estar sempre a correr atrás do vento, com uma sensação de impotência e frustração. Por um lado vejo o Teu convite para apostar no meu casamento e na minha família com todas as minhas forças, e com tudo o que lhe está associado, e o dia-a-dia em que me sinto puxado por todos os lados, não conseguindo chegar a todo o lado.

Rezando, deparei-me com o livro da Sabedoria e dei por mim a perceber que aqui poderia estar a chave para o meu dilema. Ao ler que na Sabedoria há um “espírito inteligente e santo, (…) livre, benéfico e amigo dos homens, estável, firme e sereno, que tudo pode e tudo vê” apercebi-me que o problema não está no Teu convite mas viver a minha vida pouco sabiamente, sem pensar no que é mais importante para mim nem onde posso com 20% do esforço obter 80% do benefício.

Dei por mim, à semelhança de Salomão, a pedir-Te o dom da Sabedoria. A capacidade de perceber que não posso estar em tudo mas que mesmo assim o meu actuar, com a Tua ajuda, pode levar a que viva um belo casamento, a ter uma boa relação com o meu filho pré-adolescente, a dar a atenção necessária aos nossos pais velhotes, a fazer um bom trabalho no emprego e ainda ser um sinal de esperança na comunidade Verbum Dei e em todos os ambientes por onde ande. 

Para isso preciso mesmo da Tua Sabedoria!! Aquela que vi no filme do Ghandi em que ele passava bastante do seu tempo a tecer as suas próprias roupas (uma actividade aparentemente estéril) mas que lhe ajudava a ter a serenidade e a sabedoria necessária para os seus actos públicos tivessem tantas repercussões que levaram à independência da Índia.

Ao ler e reler a Sabedoria, vou percebendo que “a sabedoria é mais ágil que todo o movimento e por sua pureza tudo atravessa e penetra. Ela é um sopro do poder de Deus”. Para isso preciso de parar, entrar em relação contigo, pedir-Te a tua ajuda e a tua sabedoria.

Parar! Rezar! Trazer o Teu olhar sobre a minha vida! Prescindir do meu (pequeno) querer e aceitar a Tua sabedoria (que coincide com o meu grande querer)!!

Se a minha actuação estiver cheia de sabedoria, por mais insignificante que ela seja, terá repercussões benéficas infinitas, que não poderei abarcar. Se andar, permanentemente, a lutar contra moinhos de vento, como o D. Quixote, só cansarei a mim e aos outros!

 

Obrigado, Pai, por esta luz que trouxeste à minha vida. Ajuda-me a que ela vá permanecendo na minha vida e que a possa, também, levar aos outros.

Boa oração