Olá, Pai! Hoje é Domingo, o teu dia! Aqui estou, uma vez mais, para ouvir o que tens para me dizer.
Hoje falas-me no Livro de Isaías 25, 6-10:
Sobre este monte, o Senhor do Universo há-de preparar para todos os povos um banquete de manjares suculentos, um banquete de vinhos deliciosos: comida de boa gordura, vinhos puríssimos. Sobre este monte, há-de tirar o véu que cobria todos os povos, o pano que envolvia todas as nações; destruirá a morte para sempre. O Senhor Deus enxugará as lágrimas de todas as faces e fará desaparecer da terra inteira o opróbrio que pesa sobre o seu povo.
«O Senhor Deus enxugará as lágrimas de todas as faces e fará desaparecer da terra inteira o opróbrio que pesa sobre o seu povo.» «…há-de tirar o véu que cobria todos os povos, o pano que envolvia todas as nações; destruirá a morte para sempre.»
Pai, o que nos queres dizer com esta Palavra?
Que tens poder para eliminar a injustiça e o sofrimento? Então de que estás à espera? É tão grande a injustiça no Mundo: guerras, pobreza, escravatura, solidão, violência sob todas as formas… E há tanto, tanto sofrimento nos teus filhos…
Será que estás a falar dum futuro mais ou menos longínquo? E até lá? Que fazemos?
Este Verão li um romance que falava do teu Fiho Jesus. Dizia, a dada altura:
«Todos aqueles que alguma vez ouviram a história da mulher adúltera que Jesus conseguiu evitar que fosse apedrejada acreditam saber qual a lição que Ele desejava dar-nos. Está contida nas seguintes palavras: “Que aquele que nunca pecou atire a primeira pedra”. Mas, embora se trate duma importante lição, há outra lição que Jesus nos deu nesse dia, que é a seguinte: As únicas mãos e os únicos olhos que o Senhor possui para rectificar a injustiça no nosso mundo são as nossas próprias mãos e os nossos próprios olhos.»
As únicas mãos e os únicos olhos que o Senhor possui para rectificar a injustiça no nosso mundo são as nossas próprias mãos e os nossos próprios olhos.
Será isto, Pai?
Será que, já hoje, podes enxugar as lágrimas e fazer desaparecer a injustiça – através de nós? Através de mim?
É o que intuiu Etty Hillesum na sua oração antes de ir para um campo de concentração: “Torna-se-me cada vez mais claro o seguinte: que Tu não nos podes ajudar; que nós é que temos de te ajudar, e, ajudando-te, ajudamo-nos a nós próprios.”
Então, se é assim, pergunto-te:
Como te posso ajudar, hoje, neste ano lectivo que acaba de começar, nas minhas circunstâncias, com as minhas capacidades e limitações? Como te posso ajudar a enxugar lágrimas e a combater a injustiça?
Querido Pai, não me deixes terminar este tempo de oração sem ter pelo menos uma ideia, realista, de colaboração contigo para rectificar a injustiça neste mundo. E vai-me questionando se a estou a pôr em prática!