Bom dia Senhor! Hoje, primeiro fim de semana de Maio, mês de Maria, e para nós este ano particularmente especial pela vinda do Papa, quero agradecer-te por poder conhecer o testemunho de fé e de humanidade de Maria.
Quero pedir-te por todos nós. Que tal como ela, e seguindo o apelo do Papa, vivamos mais de acordo com aquilo que é o Espírito de Deus, revelado na Palavra.
E hoje, o espírito revela-se-nos no Evangelho de S João, 6, 60-69:
Naquele tempo, muitos discípulos, ao ouvirem Jesus, disseram: «Estas palavras são duras. Quem pode escutá-las?». Jesus, conhecendo interiormente que os discípulos murmuravam por causa disso, perguntou-lhes: «Isto escandaliza-vos? E se virdes o Filho do homem subir para onde estava anteriormente? O espírito é que dá vida, a carne não serve de nada. As palavras que Eu vos disse são espírito e vida. Mas, entre vós, há alguns que não acreditam». Na verdade, Jesus bem sabia, desde o início, quais eram os que não acreditavam e quem era aquele que O havia de entregar. E acrescentou: «Por isso é que vos disse: Ninguém pode vir a Mim, se não lhe for concedido por meu Pai». A partir de então, muitos dos discípulos afastaram-se e já não andavam com Ele. Jesus disse aos Doze: «Também vós quereis ir embora?» Respondeu-Lhe Simão Pedro: «Para quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós acreditamos e sabemos que Tu és o Santo de Deus».
Jesus, hoje a tua Palavra em toda a liturgia é complexa e difícil para mim… Eu preciso do concreto, do palpável para poder compreender e Tu falas-me de realidades que só são perceptíveis pelo espírito, que só podem ser experienciadas a partir do espírito, ou seja da percepção da experiência de Deus na minha vida concreta. Então ajudava-me pensar em Maria, essa mulher que viveu tanto pelo espírito que às vezes esqueço que era de carne e osso como eu. Uma mulher com circunstâncias históricas, geográficas, culturais, familiares, tal como eu. Então qual é diferença? Porque é que Maria conseguiu viver uma fidelidade que eu não consigo?
Parece-me que a fidelidade de Maria vem de uma relação de confiança absoluta, abandono e humildade, que eu não consigo ter. Intuo que tudo isto lhe permitia viver na presença de Deus e alimentar essa mesma presença, ou seja essa relação. E isso, por sua vez, alimentava a sua confiança, logo a sua fidelidade.
Intuo também que que perco muito tempo e energias centrada em mim, no que estou a sentir, no que necessito, no que me afecta… percebo que Maria despendia muito mais o seu tempo tentando perceber como Deus se revelava através dos acontecimentos da sua vida e da do seu Filho.
Senhor ajuda-me a não desperdiçar a minha vida em superficialidades e em vozes que não me alimentam. Ajuda-me a compreender que a tua Palavra é sempre um Dom, mesmo que às vezes seja difícil de compreender ou aceitar.
Peço-te por mim e por todos aqueles que, como eu, têm dificuldade em confiar plenamente, em escutar-te, em ser-te fiel. Dificuldade em parar para encontrar a tua presença e ouvir a tua voz; dificuldade de te ver em circunstâncias da vida ou em pessoas de quem não gostam.
Hoje, Jesus, dirigindo-me à tua, à nossa Mãe, quero repetir as palavras do Papa Francisco: “(…) Maria faz precisamente isso connosco: ajuda-nos a crescer humanamente e na fé, a ser fortes e a não ceder à tentação de ser homens cristãos de uma maneira superficial, mas viver com responsabilidade e a tender cada vez mais ao alto(…)”
Amen. Que assim seja!