“Ao sair dali, seguiram-no dois cegos, gritando: «Filho de David, tem misericórdia de nós!» Ao chegar a casa, os cegos aproximaram-se dele, e Jesus disse-lhes: «Credes que tenho poder para fazer isso?» Responderam-lhe: «Cremos, Senhor!» Então, tocou-lhes nos olhos, dizendo: «Seja-vos feito segundo a vossa fé.» E os olhos abriram-se-lhes. Jesus advertiu-os em tom severo: «Vede lá, que ninguém o saiba.» Mas eles, saindo, divulgaram a sua fama por toda aquela terra.”
São Mateus 9
Há uma medida que precisávamos de tirar à nossa vida neste início de ano lectivo (que para muitos é o que conta mais). Não me refiro à medida da nossa cintura, mas à medida qualitativa dos efeitos que produziu a ligação a Deus que tivemos ao longo deste ano. Por frágil que tenha sido esta ligação, certamente deu ou promete dar alguns frutos.
Tomar consciência da qualidade desses frutos é importante para nós, porque nos reforça a confiança em que Deus nos dá uma vida nova, e uma vida melhor. Se não soubermos o que traz paz ao nosso coração, não saberemos onde aprofundar a busca. E para os mais cépticos como eu, tomar consciência do bem que nos faz dar espaço a Deus na nossa vida, nas nossas decisões, pode ser um importante alimento para a fé. Pode ser a forma de decidir onde apostar as nossas forças este ano, ou melhor, reconhecer qual é, na prática, a melhor fonte de inspiração para decidir e viver as coisas que tivermos nas mãos este ano.
Nas aflições damos por nós a pedir a Deus, como os cegos. Mas sem o exercício de reconhecimento que proponho, muitos de nós não seremos capazes, como eles foram, de acreditar que Deus tem o poder de mudar a nossa vida. Se fizermos memória do bem que Deus nos tem feito, poderemos, como eles, dizer que acreditamos realmente nele, e o milagre da sua graça na nossa vida poderá repetir-se por mais um ano.
Obrigado Senhor pelo bem que nos fazes, e por nos lembrares que não vamos longe sem ti. Ajuda-nos a tomar consciência de que muito do que somos capazes se deve a Ti.