Naquele momento, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram-Lhe: «Quem é o maior no Reino do Céu?» Jesus chamou uma criança, colocou-a no meio deles 3 e disse: «Garanto-vos que se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças nunca entrareis no Reino do Céu. Quem se abaixa e se torna como esta criança, esse será o maior no Reino do Céu. E quem recebe em meu nome uma criança como esta é a Mim que recebe». «Cuidado em não desprezar nenhum destes pequeninos, pois Eu digo-vos: os seus anjos, no Céu, estão sempre na presença do meu Pai que está no Céu.
Mt. 18
Acho que esta leitura sempre me intrigou porque parece incrível que Jesus queira que nós sejamos crianças. Ele não pode querer que sejamos inconscientes, imaturos, sem poder fazer muita coisa.
Os discípulos competiam para serem os maiores e Jesus como sempre aponta um estilo de grandeza completamente ao contrário do que era hábito na época – as crianças que nem eram contadas quando se reuniam as pessoas passaram a ser o modelo de grandeza.
Creio que a mensagem de Jesus vai no sentido de reconhecer que como crianças também nós somos pequenos, indefesos, frágeis, sem “voto na matéria”, sem poder, impotentes perante tantas situações. E precisamente nesses momentos em que nos sentimos os mais pequenos e indefesos do mundo temos de reconhecer que estão aí as atitudes para que Deus se possa manifestar e dar-nos o melhor – que é a sua ajuda, o seu amor. Eu penso que o meu maior pecado é o da autossuficiência. A criança faz o que consegue mas depois pede ajuda. Eu por vezes continuo sozinho a tentar.
Se nos entendermos como crianças, se procurarmos e não nos escandalizarmos com ser crianças perante Deus conseguiremos assumir que como elas também nos falta algo, também precisamos de crescer.
Sabemos que a criança não pode estar sozinha mas não reconhecemos que também nós não conseguimos viver isolados – no entanto tentamos.
O tipo de ordenação no Reino de Deus é de outra ordem de grandeza – todos pequenos, todos iguais na simplicidade, iguais na ignorância, na impotência e na simplicidade. Todos necessitando de Deus.