Olá de novo, Senhor, que bom poder tomar consciência em tantos momentos do dia de que Tu estás, de que não estou sozinha, de que Tu estás sempre comigo. Que bom seria que nunca vivesse sozinha mas que sempre me deixasse habitar e acompanhar por ti…
E hoje vens estar comigo em Lc 13, 18-21:
Naquele tempo, disse Jesus: «A que é semelhante o reino de Deus, a que hei-de compará-lo? É semelhante ao grão de mostarda que um homem tomou e lançou na sua horta. Cresceu, tornou-se árvore e as aves do céu vieram abrigar-se nos seus ramos». Jesus disse ainda: «A que hei-de comparar o reino de Deus? É semelhante ao fermento que uma mulher tomou e misturou em três medidas de farinha, até ficar tudo levedado».
Hoje experimento o convite através da tua Palavra, Senhor, em perceber a força que tem aquilo que aparentemente é pequenino. Porque Tu comparas o teu Reino entre nós com realidades que são pequenas, que não são grandes ao princípio mas que acabam por ter uma repercussão grande, desproporcionada.
A semente de mostarda é tão pequenina, é mesmo insignificante. E no entanto tem o poder para crescer, tornar-se planta, arbusto, árvore onde as aves do céu chegam a abrigar-se.
Quantas vezes desprezo o pequenino… e no entanto Tu dizes-me que o pequenino, se for cuidado, se for alimentado, pode chegar a ser grande.
Quais são esses pequenos pensamentos, pequenos gestos, essas pequenas palavras que eu posso alimentar e ter que fazem a diferença nas relações que eu tenho?
Por exemplo, se eu não gosto da atitude de alguém e alimento o meu desgosto, o meu desconforto, o meu pensar mal sobre essa pessoa, acabo por estragar a relação com ela. Mas se pelo contrário alimentar um olhar positivo, uma proximidade pensada e concretizada em pequenos gestos, posso criar uma relação diferente e mais simpática.
Pois é, Tu, Senhor, hoje relembras-me que o pequeno tem a força do fermento… Não substitui a farinha mas tem poder para a fazer crescer, fermentar, ser pão que alimenta.
Por isso, ajuda-me a dar atenção ao pequenino que eu posso viver que transforma as relações à minha volta em Reino, em lugar e espaço onde Tu estás, pela força do teu amor.
Posso alimentar a disponibilidade quando alguém me pergunta alguma coisa. Posso sorrir mesmo no meio do meu cansaço. Posso esperar mesmo quando a impaciência me empurra. Posso não dar sempre a minha opinião quando o outro precisa do meu silêncio. Posso calar quando o que vou dizer não ajuda. Posso tentar amar no detalhe escondido e não só nos grandes gestos reconhecidos por todos.
Senhor, num mundo onde nos inundam as grandes más notícias faz-me ser boa notícia ainda que duma maneira pequena e discreta. Porque Tu me dás a certeza de que é aí que se esconde, se vive e se saboreia o teu Reino.