Bom dia Senhor! Obrigado por este novo dia, pela possibilidade de viver esta semana.
Tu sabes Senhor, que ultimamente me tem acompanhado esta reflexão do Padre Tolentino de Mendonça no livro O Pequeno Caminho das Grandes Perguntas: «É necessário decidir entre o amor ilusório à vida, que nos faz adiá-la permanentemente, e o amor real (…); entre amar a vida pelo que dela se espera ou amá-la pelo o que ela é». E hoje a tua Palavra traz-me novamente a ela. Por isso, quero pedir-te que renoves o meu amor, que me ajudes a passar de um amor morno para um amor apaixonado pela possibilidade de viver, pelas minhas circunstâncias; um amor apaixonado pelos pessoas que precisam de mim e pelas pessoas de quem preciso; por este desafio, por esta possibilidade de amadurecer, de sofrer e de rir que é a vida.
Leitura do Evangelho segundo S. Marcos 7,1-13:
Naquele tempo, reuniu-se à volta de Jesus um grupo de fariseus e alguns escribas que tinham vindo de Jerusalém. Viram que alguns dos discípulos de Jesus comiam com as mãos impuras, isto é, sem as lavar – Na verdade, os fariseus e os judeus em geral só comem depois de lavar cuidadosamente as mãos, conforme a tradição dos antigos. Ao voltarem da praça pública, não comem sem antes se terem lavado. E seguem muitos outros costumes a que se prenderam por tradição, como lavar os copos, os jarros e as vasilhas de cobre – Os fariseus e os escribas perguntaram a Jesus: «Porque não seguem os teus discípulos a tradição dos antigos, e comem sem lavar as mãos?». Jesus respondeu-lhes: «Bem profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo honra-Me com os lábios, mas o seu coração está longe de Mim. É vão o culto que Me prestam, e as doutrinas que ensinam não passam de preceitos humanos’. Vós deixais de lado o mandamento de Deus, para vos prenderdes à tradição dos homens». Jesus acrescentou: «Sabeis muito bem desprezar o mandamento de Deus, para observar a vossa tradição. Porque Moisés disse: ‘Honra teu pai e tua mãe’; e ainda: ‘Quem amaldiçoar o seu pai ou a sua mãe deve morrer’. Mas vós dizeis que se alguém tiver bens para ajudar os seus pais necessitados, mas declarar esses bens como oferta sagrada, nesse caso fica dispensado de ajudar o pai ou a mãe. Deste modo anulais a palavra de Deus com a tradição que transmitis. E fazeis muitas coisas deste género».
Ao rezar este Evangelho, compreendia, Senhor, que tal como vivo muitas vezes um amor morno pela minha vida, também vivo uma fé morna, sem me dar conta da graça que representa e da grandeza que pode ter na minha vida e na de outros. Vivo, às vezes, mais a forma que a substância.
Tu sabes Senhor que não é assim que quero viver nem a fé nem a vida. Ajuda-me a ter o espírito aguçado e atento para o que em mim me impede de viver estas duas realidades como desejo e como vou intuindo na oração que é também o que desejas para mim. Ajuda-me a viver a beleza e a transcendência do quotidiano e a valorizar estas realidades. Tantas vezes só damos conta da sua real importância quando não as temos…
Senhor, ajuda-me, ajuda-nos a renovar este amor apaixonado por ti, pela tua vida, não para sermos salvos, mas para podermos viver uma vida com sentido e gratificante.
“Senhor, a quem iremos? Se só Tu tens palavras de vida eterna”