“We have a hope in Jesus. That all things will be well in the Lord.”

Bom dia, Pai!
Ouvi recentemente alguém dizer que, tal como o século XX só tinha começado verdadeiramente em 1917, com a Revolução Russa, também o século XXI apenas começa agora, 2017, com a eleição de Donald Trump.
Pai, o discurso e o comportamento dele, associados ao enorme poder que tem, assustam-me! Será que estamos em risco duma guerra nuclear? Será que a humanidade vai retroceder nos tímidos passos que tem vindo a dar para preservar a Natureza, nossa casa comum? Será que os pobres, os estrangeiros, os diferentes serão ainda mais marginalizados? E que ripostarão com a violência duma revolução?
Pai, estou angustiada… Será que o Homem vai conseguir dar cabo de si próprio e do Mundo?


Respondes-me quase directamente no Livro do Genesis (Gen 8, 6-13.20-22)
Passados quarenta dias de dilúvio, Noé abriu a janela que tinha feito na arca e soltou o corvo, que ia e vinha, esperando que as águas secassem sobre a terra. Depois, Noé soltou a pomba, para ver se as águas tinham secado sobre a face da terra. Mas, como não encontrou lugar onde poisar a planta dos pés, a pomba regressou à arca para junto de Noé, pois a água ainda cobria toda a face da terra. Ele estendeu a mão, apanhou-a e guardou-a consigo na arca. Noé esperou ainda mais sete dias e soltou novamente a pomba da arca. A pomba voltou para ele ao entardecer e trazia no bico um rebento novo de oliveira. Então Noé compreendeu que as águas tinham baixado sobre a face da terra. Esperou ainda mais sete dias e soltou a pomba, que não voltou mais. Foi no ano seiscentos e um da vida de Noé, no primeiro dia do primeiro mês, que as águas secaram sobre a terra. Noé tirou a cobertura da arca e viu que a face da terra estava seca. Noé construiu um altar ao Senhor, tomou animais puros e aves puras e ofereceu holocaustos sobre o altar. O Senhor aspirou aquele agradável perfume e disse para consigo: «Nunca mais amaldiçoarei a terra por causa do homem; realmente os projectos do seu coração são maus desde a juventude, mas nunca mais destruirei todos os seres vivos, como agora fiz. Enquanto durar a terra, nunca mais hão-de faltar sementeiras e colheitas, frio e calor, Verão e Inverno, dia e noite».


Noé, o que foi salvo do dilúvio, é a personagem principal desta narração. Narrações como esta não são para se tomarem à letra; trata-se de narrativas poéticas, cujo sentido se há-de procurar através da sua linguagem simbólica.
Aqui o importante é que a aliança de Deus será sempre mais forte que a desunião e a maldade dos homens. A catástrofe passa gigantesca, mas imediatamente dela nasce uma nova ordem para o mundo, marcada pelo selo da Aliança.
Pai, o que posso tirar deste texto para a nossa situação actual?
Percebo que optas sempre por respeitar a liberdade do Homem. Nesse sentido, Tu, o Omnipotente, tornas-Te Omni-impotente… E portanto é verdade que o egoísmo e a maldade do Homem têm consequências bem reais, de que somos testemunhas diariamente: guerras, fome, exploração, abandono, exclusão, etc, etc. Podemos, inclusive, com as armas que tão engenhosamente construímos, chegar a destruir a Terra que nos deste…
E, no entanto… Isso não será a última palavra. A última palavra é tua, e será sempre uma palavra de amor, de vida, de recriação. Portanto, em última análise, aplica-se o que cantamos:
“We have a hope in Jesus. That all things will be well in the Lord.”

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