É no Pai que fazemos encontro e é com Ele que decidimos a nossa vida

Estava próxima a Páscoa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. Encontrou no templo os vendedores de bois, ovelhas e pombos, e os cambistas nos seus postos. Então, fazendo um chicote de cordas, expulsou-os a todos do templo com as ovelhas e os bois; espalhou as moedas dos cambistaspelo chão e derrubou-lhes as mesas; e aos que vendiam pombas, disse-lhes: “Tirai isso daqui. Não façais da casa de meu Pai uma feira.”
Jo 2, 13-16

Pois bem, assim estou eu a ter que purificar muita coisa na minha vida.

Depois de um ano e meio a lutar pelo meu casamento, as coisas chegaram a um ponto de ruptura, em que foi preciso construir o chicote com as minhas mãos e decidir o que queria fazer com a vida que tinha. Se era a altura certa, ou não, se devia de usar de mais ou de menos força, o que dizer às outras pessoas, a quem contar, a quem omitir, como seria a gestão dos filhos, dos dinheiros, da casa e dos bens em comum, como seria usar o chicote e ir até ao fim como Jesus?

Esta coragem de Jesus, tem um único bastão, uma única inspiração, uma única fonte, um único segredo, Jesus rezava ao Pai, Jesus conhecia o Pai, com Ele dialogava horas e horas e com Ele ganhou o discernimento para fazer tudo o que tinha de ser feito.

Pois, é exactamente isso que se passa comigo e certamente com todos aqueles que rezam, é no Pai que fazemos encontro e é com Ele que decidimos a nossa vida, e isso faz toda a diferença. Claro que isto nem sempre é óbvio ou fácil, seja pela divisão que existe em nós do bem e do mal, seja porque somos livres e se quisermos podemos escolher coisas ou estar em sítios que não nos fazem bem. 

Pelo que é preciso nunca baixar os braços nem a guarda, é preciso, continuamente, fazer oração, ir à Palavra. Buscar caminho com o Pai, significa também escolher as pessoas para o meu dia-a-dia, escolher como quero viver, com quem devo ir, a quem devo recorrer, com quem posso estar e partilhar, com quem não devo estar, o que me faz mal e o que me faz bem. 

É com Ele e só com Ele que quero fazer este luto. 

Há o perigo de extremar posições, há o perigo do coração ficar duro como um rochedo, há o perigo de não querer voltar a amar, há o perigo de me encolher e afastar, há o perigo de ter medo de levar tudo até ao fim…

….mas, é certo, que Jesus está aqui sentado ao meu lado nesta sala, neste quarto, nesta e em todas as divisões da minha casa, que com Ele vai ser possível caminhar, que com Ele vou encontrar a Paz e a serenidade que preciso para tomar as várias decisões que ainda me esperam ao longo deste ano. Espero que esta situação na minha vida só me sirva para uma coisa: aprender a amar. De facto, rezando, nesta noite, percebo, que o mais importante na minha vida, é aprender a amar.

 

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