“As minhas ovelhas escutam a minha voz”

Olá Jesus! Preciso mesmo de parar um instante diante de ti. Estou acelerada e hoje encontro
no meu interior dois sentimentos difíceis para mim: irritação e frustração. Mas sei que posso
vir a ti. Tu sabes como me acalmar e serenar.
Nesta hora, recebe Senhor o meu grito como a minha melhor oração.


Leio o Evangelho de hoje, Jo 10, 22-30:
Naquele tempo, celebrava-se em Jerusalém a festa da Dedicação do templo. Era inverno e Jesus passeava no templo, sob o Pórtico de Salomão. Então os judeus rodearam-n’O e disseram: «Até quando nos vais trazer em suspenso? Se és o Messias, diz- nos claramente». Jesus respondeu-lhes: «Já vo-lo disse, mas não acreditais. As obras que Eu faço em nome de meu Pai dão testemunho de Mim. Mas vós não acreditais, porque não sois das minhas ovelhas. As minhas ovelhas escutam a minha voz: Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me. Eu dou-lhes a vida eterna e nunca hão-de perecer, ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que Mas deu, é maior do que todos e ninguém pode arrebatar nada da mão do Pai. Eu e o Pai somos um só».”


Há poucos anos tive a oportunidade de jantar com um pastor. Creio que foi a única vez que isso aconteceu em toda a minha vida. Um homem simples, de mãos calejadas, muito brincalhão e bem disposto, um homem de uma grande sabedoria. Claro que aproveitei para lhe fazer todas as perguntas que tinha e mais alguma. Eu já sabia que habitualmente as ovelhas reconhecem o seu pastor e a sua voz, como o sabem todas as pessoas que lêem bons livros, como a Bíblia. A minha surpresa foi ouvi-lo de um pastor, ao vivo. E a surpresa maior veio no dia seguinte, quando o acompanhei e pude constatar com os meus próprios olhos como de facto é assim.
É muito belo apreciar um pastor a guiar as suas ovelhas. Para mim todas aquelas ovelhas eram exactamente iguais… Mas para ele, cada uma era única, e ele distinguia-as a todas. Fiquei a pensar como por vezes é isto que me falta: saber-me conhecida. Saber que estou diante de alguém que me conhece, que sabe o meu nome, que não me confunde com ninguém, que me ama e me chama em particular, que não me trata como um número, ou como mais um no meio da multidão.
Creio que é isto que desejas viver comigo, Senhor.
Passei dois dias naquele lugar. Recordo-me de dar comigo a pensar no contraste imenso entre o ruído da cidade que tinha deixado para trás e o silêncio daquela aldeia. Será essa a razão pela qual não te escuto mais vezes a chamar pelo meu nome?


Senhor, dá-me a coragem do silêncio, do tempo demorado diante de ti. Dá-me mais jantares com pastores ou simplesmente um jantar contigo, para aprender a reconhecer a tua voz e depois… seguir-te.

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