«De onde lhe vem, pois, tudo isto?»

Bom dia, querido Pai.
Hoje é feriado e, por isso, agradeço-te que me tenhas convidado a um tempo mais prolongado de oração. Obrigada pela enorme graça da relação contigo. Obrigada por não desistires de me falar ao coração. Obrigada pelo dom da oração.
Mas, Pai, ensina-me a orar bem, de forma a escutar-te. E aumenta a minha fé!


Hoje, Senhor, falas-me através de Mt 13, 54-58
Tendo chegado à sua terra, ensinava os habitantes na sinagoga deles, de modo que todos se enchiam de assombro e diziam: «De onde lhe vem esta sabedoria e o poder de fazer milagres? Não é Ele o filho do carpinteiro? Não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? Suas irmãs não estão todas entre nós? De onde lhe vem, pois, tudo isto?» E estavam escandalizados por causa dele. Mas Jesus disse-lhes: «Um profeta só é desprezado na sua pátria e em sua casa.» E não fez ali muitos milagres, por causa da falta de fé daquela gente.


«De onde lhe vem esta sabedoria e o poder de fazer milagres? Não é Ele o filho do carpinteiro? Não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? Suas irmãs não estão todas entre nós? De onde lhe vem, pois, tudo isto?»
Senhor, neste Evangelho falas-me muito dos meus preconceitos, de como, tantas vezes me escandalizo…
Falas-me dos preconceitos que tenho quando sinto que só te posso encontrar em determinados lugares e em certas pessoas, como se Tu não vivessses em tudo e em todos…
Falas-me dos preconceitos que tenho quando sinto que não podes morar em determinados estilos de vida ou naqueles que não têm os olhos postos no céu mas vivem centrados na sua vida na terra, fechados sobre si mesmos…
Falas-me dos preconceitos que sinto por acreditar que só posso viver em ti e contigo se previamente já for capaz de viver de certa maneira, normalmente definida por mim, provavelmente sem ti…
Como te faço pequena, a ti, e te coloco à minha imagem e semelhança!
Como te enclausuro naquilo que eu sou capaz de entender!
Quando Tu és muito, muito, maior que tudo isto!

«E não fez ali muitos milagres, por causa da falta de fé daquela gente.»

Neste Evangelho falas-me também, Senhor, da minha falta de fé. E de como isso me impede de reconhecer os milagres que fazes na minha vida (não que não os faças, eu é que não os reconheço). Sou como Tomé, preciso de acreditar para ver. E, no entanto, cada vez mais me vou apercebendo que para poder ver tenho primeiro de acreditar; que sem os olhos da fé vejo muito pouco e há muitos milagres que não reconheço…

E, depois, querido Pai, falas-me também do quanto me custa continuar a confiar e a arriscar, quando até fui capaz de o fazer, se comprovo que tinha “razão”, que o meu preconceito estava “certo” e que era até bastante justificado; quanto me custa não dizer: “eu bem sabia… não sei porque é que ainda insisto…”
Mas, Pai, o facto das coisas não correrem como eu pensava ou desejava não significa que Tu não estejas… Que Tu estás sempre, em tudo e em todos, quer o saibamos ou não, quer sejamos capazes de o reconher ou não, quer o queiramos quer não…


Senhor, peço-te muito a capacidade de te reconhecer no meu dia a dia. Nas pequenas coisas que faço, na família, no trabalho, nos outros, na natureza, no mundo, na vida. Aumenta em mim essa consciência da tua presença, mesmo naquilo que eu não quero ou não gosto. Dá-me a tua dimensão contemplativa, que tanta falta me faz, e assim, ajuda-me a permanecer, sempre, em ti.
Ámen.

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