Deus só aparece quando é preciso

«Três dias depois encontraram-No no templo, sentado entre os doutores, a ouvi-los e a fazer-lhes perguntas»
Lc 2, 46

“Podemos perceber os sentimentos que Maria e José viveram na procura de Jesus: momentos de aflição, de dor e de angústia! A fé em Deus e nos Seus planos, não evita as preocupações e sofrimentos nem dispensa os meios humanos na procura de soluções para as situações difíceis. Deus entrega-nos um projecto e deixa-nos agir conforme as nossas possibilidades e só aparece quando é preciso. O próprio Jesus, só se deixou encontrar por Maria e José quando era preciso, no lugar e na hora certa.”
in, Terço Missionário


Este é o texto que tenho rezado nos últimos dias. Porque me encontro numa fase de “fim de caminhos” e em busca de novos outros caminhos, acabei por ver uma luz quando, reflectindo neste texto, vivi uma experiência que mais fortaleceu o meu entendimento.

No dia 12, fui em peregrinação a Fátima. A dada altura, começou a chover intensamente e a minha vela, por se ter molhado, custou muito a acender e, quando acendia, insistia em não querer manter-se acesa. E, intimamente, perguntei ao Senhor: “Porque não queres que tenha luz a iluminar-me, para que eu possa ver o caminho que devo seguir, Senhor?” – e de novo tentava acender a vela que, ou não conseguia acender, ou apagava-se rapidamente, mesmo quando a punha debaixo do chapéu de chuva. E eu reflecti: não devo desistir de procurar a luz (de Cristo, claro), para que possa ver com clareza o caminho que Deus me tem preparado. E, mesmo que a chuva, humidade, vento ou o que quer que seja, apague a minha luz temporariamente, devo continuar a procurá-la! E continuei a rezar o terço, a cantar e depois, a celebrar a Eucaristia – tal como devo fazer na minha vida, mesmo quando as contrariedades não me querem deixar prosseguir.

A chuva passou, mas veio o frio. As minhas mãos ficaram enregeladas. Fui comungar e, quando regressei ao meu lugar, mais uma vez em atitude de intimidade com o Senhor, olhei a vela que tinha posto no chão e que estaria cheia de água. Peguei nela e tentei acendê-la na vela da vizinha do lado. E ela acendeu! E permaneceu acesa! E deixou que eu segurasse no copo e aquecesse as mãos!

“Deus entrega-nos um projecto e deixa-nos agir conforme as nossas possibilidades e só aparece quando é preciso”. Eu precisava primeiro que tudo, de rezar. Só depois precisei de aquecer as mãos!
Estou certa que, se tivermos presente este pensamento, conseguiremos sempre fazer a nossa parte, … o que podemos… porque sabemos que Deus, fará o que não conseguimos e que precisamos!

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