«Fizeram um bezerro de metal fundido, prostraram-se diante dele, ofereceram-lhe sacrifícios»

Bom dia, querido Jesus! Obrigada porque a tua mensagem não é teórica, nem etérea, nem apenas pessoal, nem apenas para depois de morrermos. Obrigada porque aquilo a que nos chamas, viver como filhos e irmãos, tem inevitáveis repercussões na sociedade, na política, na economia e na Terra, nossa casa comum.


A tua Palavra de hoje, Senhor, fala-nos de Economia. Lemos no Livro do Êxodo 32,7-14:
Naqueles dias, o Senhor falou a Moisés, dizendo: «Desce depressa, porque o teu povo, que tiraste da terra do Egipto, corrompeu-se. Não tardaram em desviar-se do caminho que lhes tracei. Fizeram um bezerro de metal fundido, prostraram-se diante dele, ofereceram-lhe sacrifícios e disseram: ‘Este é o teu Deus, Israel, aquele que te fez sair da terra do Egipto’». O Senhor disse ainda a Moisés: «Tenho observado este povo: é um povo de dura cerviz.»


Querido Pai, deves estar horrorizado com o caminho que temos tomado como humanidade…
As 62 pessoas mais ricas do mundo acumulam a mesma riqueza que a metade mais pobre da população mundial.
1% da humanidade (70 milhões de pessoas, em que se calhar eu me incluo) possuem tanta riqueza como os 99% restantes…
Desenvolvemos um sistema económico global, a sociedade de mercado, baseado no lucro, que está montado de modo a que as vantagens são sempre para uns poucos e as desvantagens sempre para a grande maioria. Os ricos estão cada vez mais ricos e, apesar de haver tanta riqueza no mundo a miséria extrema ainda afecta milhões de seres humanos. A natureza é explorada sem piedade, com resultados gravíssimos, alguns dos quais já irreversíveis. Há guerras sangrentas em muitos locais, milhões de refugiados. Muitos dos teus queridos filhos são vítimas de todo o tipo de exploração.
Chegámos até aqui porque, como disseste a Moisés, nos corrompemos. Desviámo-nos do caminho de fraternidade e alegria que sonhaste para nós. Ignorámos os profetas. Ignorámos os homens santos. Ignorámos o teu próprio Filho… E prostrámo-nos diante do Deus- Dinheiro, a quem oferecemos diariamente sacrifícios. Sacrificamos-lhe a vida dos nossos irmãos, cujo destino nos é relativamente indiferente. (É a globalização da indiferença…) Sacrificamos-lhe a nossa própria vida, os nossos sonhos mais profundos, a nossa alma…
Vivemos numa civilização de abundância privada – e armada, que mata.
É urgente criarmos uma alternativa: uma civilização de sobriedade partilhada!
Como posso, à minha escala, colaborar nessa construção? Por favor, Pai, examina comigo a minha vida:
– O que estou a construir no meu trabalho?
– Como gasto o dinheiro? Sou sóbria? Ou cedo ao consumismo?
– Tenho preocupações ecológicas? Reduzo, reutilizo, reciclo?
– Partilho os meus bens com quem tem muito menos?
– Pago todos os impostos que devo?
– Interesso-me pelos grandes problemas da humanidade? Colaboro com quem os tenta resolver? Rezo por eles?
– Tenho uma cidadania activa?


Senhor, nunca deixes que esta intimidade que temos me faça ficar no quentinho do teu colo e do meu sofá! Continua a desinquietar-me e a pôr-me em marcha!

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