Jesus diz-me que vai onde eu for.

“Depois disto, o Senhor designou outros setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois, à sua frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir.
Disse-lhes: «A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, portanto, ao dono da messe que mande trabalhadores para a sua messe. Ide! Envio-vos como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa, nem alforge, nem sandálias; e não vos detenhais a saudar ninguém pelo caminho. Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ E, se lá houver um homem de paz, sobre ele repousará a vossa paz; se não, voltará para vós. Ficai nessa casa, comendo e bebendo do que lá houver, pois o trabalhador merece o seu salário. Não andeis de casa em casa. Em qualquer cidade em que entrardes e vos receberem, comei do que vos for servido, curai os doentes que nela houver e dizei-lhes: ‘O Reino de Deus já está próximo de vós.’.
Lucas 10,1-9
 
Esta é a leitura do dia em que escrevo estas pistas. Comecei sem saber em que leitura pegar e fico muito tocado por no fim ver onde Jesus me leva e nos leva a todos, se nós simplesmente Lhe dermos espaço.
O primeiro ponto que me tocou foi que Jesus diz-me que vai onde eu for. Ele entrega-me um lugar ou uma cidade para ir e diz-me, cheio de energia e alegria, para não me entreter, encher de vontade e, simplesmente, ir!
Reparo que, com tanta distracção em se “serei como a ovelha atacado pelo Lobo”, nunca reparei que Jesus está mesmo muito contente por poder contar comigo.
São impressionantes os pormenores de carinho que Jesus mostra quando me envia. Por um lado, mostra que nunca me envia sozinho, ele irá sempre comigo e, mais importante, irá a quem eu for. Entrega-me tanta responsabilidade porque confia e acredita mim.
Por outro, mostra-me que onde vou, vou com a minha Comunidade (“enviou-os dois a dois”): com a experiência de oração que tenho tido em Comunidade; com o muito contágio que, sem reparar, vou recebendo; e com muitas respostas que recebo para outros e que só consigo
identificar quando encontro o outro/a situação.
Jesus sabe que não vai ser fácil, mas que também não é complicado. Aliás, sinto que Jesus me convida a não complicar muito e a ser objectivo porque se trata aproximar os outros de Deus:
1) decidir-me a ir;
2) desejar e levar profundamente a Paz ao outro;
3) deixar-me alimentar pela Paz e não pelos resultados que atinjo (ou pela reacção do outro) e, finalmente,
4) ir sempre mais a fundo (“não andar de casa em casa”) nas relações que já tenho.
– Pai, a quem me convidas a dar a Paz hoje? Pôr nomes: desde as pessoas que vou encontrar numa reunião à minha mulher.
– Que papel posso ter hoje na “cura” do meu outro? Desde um simples sorriso a uma resposta que posso dar.
– No dia de hoje, que alimentos tiro da situação que vivo? Um agradecimento, um pedido de humildade porque não consigo ver melhor.
Peço muito a Jesus que ajude de fundo o meu coração com a força para amar o quotidiano, pois Jesus diz-me que posso alimentar o dia-a-dia, para curar as relações e as dificuldades daqueles que me saíram no caminho.
Peço também para ter o dom do Espirito Santo para discernir e ter sempre presente que só consigo colocar o outro próximo (do Reino) de Deus. Essa é a missão que Ele me convida a viver e não outra.
Jesus, ajuda-me a ter um coração profundamente agradecido porque só de saber que já estou
neste caminho contigo, por Tua iniciativa, já me faz Feliz. Faz-me confiar mais em Ti e a ir mais
fundo contigo – “Procura no Senhor a tua felicidade e Ele satisfará os desejos do teu coração”
– Sl 37 (36)

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