Bom dia Senhor. Neste Domingo da Páscoa vamos com Pedro nesta curta passagem dos Atos dos Apóstolos 4, 8-12.
Naqueles dias, Pedro, cheio do Espírito Santo, disse-lhes: «Chefes do povo e anciãos, já que hoje somos interrogados sobre um benefício feito a um enfermo e o modo como ele foi curado, ficai sabendo todos vós e todo o povo de Israel: É em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, que vós crucificastes e Deus ressuscitou dos mortos, é por Ele que este homem se encontra perfeitamente curado na vossa presença. Jesus é a pedra que vós, os construtores, desprezastes e que veio a tornar-se pedra angular. E em nenhum outro há salvação, pois não existe debaixo do céu outro nome, dado aos homens, pelo qual possamos ser salvos».
A pedra angular é talhada em forma de cunha e tem a função de fechar o arco. É a pedra mais perfeita, com uma forma diferente das outras, e distribui as forças para que todas as outras pedras fiquem bem comprimidas, fazendo o arco funcionar.
Vivemos no meio estruturas de betão e aço, mas há dois mil anos um arco era uma invenção romana impressionante. Nos edifícios de Israel não havia arcos! Pedro, que acabou de curar um doente, apresenta Jesus como a chave para o equilíbrio entre as várias forças que agitam a humanidade, a doença, a fome e a sede de justiça e de infinito e o dia-a-dia muito ou pouco satisfatório.
Se olharmos com vagar para um arco de volta perfeita, com todas as pedras apertadas umas contra as outras, podemos ver como esta tensão se encontra no centro, nesta pedra que mantém todas as outras no lugar. Jesus é a resposta Deus à nossa condição.
Hoje recebemos soluções, ou propostas de solução, para os nossos muitos problemas. Entre a ciência e a política sérias e as mil e uma correntes bem intencionadas (para não falar das ignorantes ou mal intencionadas) há muitas respostas parciais: a medicina e psicologia, pedagogia e economia, a tecnologia e as engenharias, o culto do corpo ou a meditação. Mas para a nossa grande pergunta, que transcende e inclui todas as outras, todas as respostas ficam curtas sem Jesus. Perante o espanto dos que o viram curar um homem, Pedro responde sem hesitação: “Em nenhum outro há salvação”.
Tal como os chefes do povo e anciãos nós experimentamos construir o difícil equilíbrio na nossa vida usando todas as pedras, com a sensação de insuficiência. Muitas vezes esquecemo-nos que quem pode dar coesão ao arco é Jesus. Deixamos tratar Deus como se fosse ingénuo ou pouco sofisticado perante a sofisticação crescente das respostas que nascem do trabalho do nosso espírito. Como se essas pedras, valiosas e imprescindíveis que são, fossem capazes de suportar só por si o arco da nossa vida.
Senhor, eu já andei por todo o lado e só em Ti encontro a resposta que dá sentido a tudo o que vivo, só em Ti vivo sem divisões. Ajuda-me hoje a construir esta harmonia.