Jesus meu querido Amigo. Hoje estou triste e cansado. Há momentos assim. Por vezes porque vivemos a entregar a vida como Tu fizeste, outras vezes porque não nos aceitamos nem resolvemos os nossos conflitos interiores.
Hoje a Tua palavra fala de um regressar a casa. Jesus, estou curioso em entender o que vieste fazer a casa. Se calhar aquela imagem irrealista de um Jesus que não precisava do carinho e do aconchego do lar, da casa, não é verdadeira. Tu precisaste de regressar a casa. Mas não para voltar atrás.
Diz assim no Evangelho de São Marcos capitulo 3, versículos 20 e 21:
“Jesus foi para casa, … e de novo se reuniu tanta gente, que eles não podiam comer nem sequer um pedaço de pão. Quando souberam disso, os parentes de Jesus foram segurá-Lo, porque eles mesmos diziam que Jesus tinha ficado louco.”
Tu não regressaste a casa porque fugias. Nem os discípulos que estavam Contigo. Tu continuaste a acolher tanta gente que nem conseguias comer.
Também os meus regressos a casa não precisam de ser um fracasso, um retornar atrás. Podem ser um recuperar a força, um descanso para continuar.
Elias quando estava triste e cansado deitou-se e Deus fê-lo dormir e comer três vezes.
Não somos super-heróis. Hoje quando regressar a casa, a esse espaço físico ou social a que posso chamar casa, vou agradecer-Te por ele existir e vou saborear cada minuto, cada pessoa e cada recanto.
Depois é desconcertante descobrir que nem na Tua própria casa pudeste ficar muito tempo. A Tua própria família não Te entendia e queria parar-Te.
Tantas vezes vivemos o mesmo que Tu. Não nos compreendem em casa, nem nós mesmos nos entendemos. E querem parar-nos. Se calhar temos de ser parados. Sobretudo se estamos a viver acima das nossas forças, fora de nós. A garantia de não estarmos fora de nós é uma relação forte e diária com Deus que nos conhece e nos vai dar o discernimento para sabermos que temos de ser parados.
Jesus, ajuda-nos a entender quando é que temos de ser parados porque vamos cegos com aquilo que estamos a viver. Por outro lado, ajuda-nos a ser firmes quando vamos contra a corrente e não nos entendem. Mas sobretudo ajuda-nos a não deixar a Tua presença em cada dia, e hoje muito em particular.