“Sede misericordiosos como o Pai”
Lc 6,36

Diante da proposta do Santo Padre para este ano santo, sinto necessidade de resumir o que me sinto chamada a trabalhar para melhor o viver, apoiada nas propostas da Bula.

Destaco duas:

1. Escutar a Palavra de Deus
O papa propõe que este Ano Jubilar seja vivido à luz da Palavra de Deus.
Isto fala-me do nosso carisma e da constante chamada a “estar” e a “contemplar”.
Chamada a contemplar a misericórdia de Deus na oração e a vivê-la.
Ser misericordiosa, o que é, na prática do meu dia-a-dia?
Gostei muito de entender o significado etimológico
da palavra Misericórdia – “Cor/Cordis” : “Deus é coração debruçado sobre a nossa miséria”.
Deus é coração: é esse amor que se debruça sobre a minha fragilidade constante, sobre a minha pobreza e miséria, para me ajudar e curar.
É esse abraço que me conforta e anima. Me dá asas.
Deus quer ver-me assim, activa e misericordiosa.
Só pela força da oração o Senhor me pode mudar (o coração) uma e outra vez e ajudar a recomeçar.
Então nos meus gestos sairá esse amor com que fui curada.

2. Não julgar, não condenar, perdoar e dar
Não julgar nem condenar significa querer ver o que há de bom em cada pessoa e não me ficar no que não gosto, ou não tolero.
Significa não falar mal do outro, pois muitas vezes por sentimentos de ciúme ou inveja isto pode acontecer.
Significa um exercício de calar o que me incomoda no outro, preferindo esperar e levar com jeito cada situação.
O bem vence sempre o mal. Significa que não é com violência ou irritação que levo a água ao meu moinho, mas com paciência e tranquilidade.
É perdoar muitas vezes.
Diz-nos Francisco:
“Perdoar é um instrumento posto nas nossas frágeis mãos.”
Não é fácil perdoar ou pedir perdão.
Sinto que preciso diariamente dessa força do Amor que me faz capaz.
Capaz de ser misericordiosa, porque capaz de me aproximar do outro que me feriu, que me ofendeu.
Capaz de dar e receber o perdão só ó porque fui capaz de pedir esse dom.
Que este ano seja deveras um ano de graça para todos.