«Tomou a decisão de Se dirigir a Jerusalém»

Olá Senhor, Jesus, Maria e Espírito Santo! Como quem entra na casa de alguém, deixemo-nos cumprimentar e ser cuidados por quem nos recebe. Hoje gostava de começar esta oração tendo-vos presentes, para que me possa sentir habitado e que esta experiência possa transformar o meu sentir, o meu olhar, as minhas ações ao longo deste dia…


Hoje o evangelho de S Lucas (9, 51-56) mostra-nos como Jesus «Tomou a decisão de Se dirigir a Jerusalém»:
Aproximando-se os dias de Jesus ser levado deste mundo, Ele tomou a decisão de Se dirigir a Jerusalém e mandou mensageiros à sua frente. Estes puseram-se a caminho e entraram numa povoação de samaritanos, a fim de Lhe prepararem hospedagem. Mas aquela gente não O quis receber, porque ia a caminho de Jerusalém. Vendo isto, os discípulos Tiago e João disseram a Jesus: «Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu que os destrua?». Mas Jesus voltou-Se e repreendeu-os. E seguiram para outra povoação.


Ao ler este texto, pensava na riqueza e actualidade do mesmo. Fala de decisões, preconceitos, sentimentos, pensamentos, julgamentos, motivações, mentalidade. Apercebo-me do que que já experimentei hoje? Como está o meu “mundo interior”, neste momento?
Este texto, insere-se na segunda parte do Evangelho de Lucas em que Jesus decide ir até Jerusalém, onde se irá passar a paixão e ressurreição.
Jesus toma a decisão de se dirigir a Jerusalém. Falamos muitas vezes em decisões, mas será que as nossas decisões são maturadas pelo tempo (Ecl 3,1-14)? Chegamos a tomar consciência do caminho percorrido? Ou deixamo-nos levar pelos últimos sentimentos, sensações, pensamentos, acontecimentos que mexem connosco? E Jesus, como tomaste Tu a decisão de te dirigires a Jerusalém?
A caminho de Jerusalém, Jesus experimenta diversos obstáculos. Os samaritanos não os recebem, os discípulos reagem com intolerância… Como reage Jesus a estes acontecimentos?
Jesus deixa aos samaritanos a liberdade de os acolher e não trata de forçar em nada para que creiam nele. Jesus não tem tempo nem energias para discussões estéreis que o impeçam de seguir o seu caminho. Se não o recebem em Samaria, outras aldeias necessitarão da sua presença. A rejeição e o fracasso não são portanto impedimento para a fidelidade à decisão, ao projeto de vida que tem pela frente.
Também perante a intolerância e a violência dos discípulos, Jesus opta por não responder na mesma moeda e apresenta a justiça de Deus, uma misericórdia profunda que inclusive mais tarde permitirá a evangelização de Samaria, como se poderá ver nos atos dos apóstolos.
Propunha agora, que se imaginassem dentro da cena que nos é contada, escolhessem uma das personagens: Jesus, os discípulos, os samaritanos, o narrador, ou outra… E aí, em diálogo com Jesus, deixassem que vos toque, vos fale, vos deixe/faça experimentar os sentimentos presentes nesta situação.


Podemos encontrar esta cena no nosso dia-a-dia, na nossa vida. Jesus escolheu acolher, incluir e integrar. Tendo consciência de que sou habitado, como vou procurar fazer isto hoje, Jesus?

Os comentários estão encerrados.