Tudo acabará, menos o amor.

Como alguns falassem do templo, dizendo que estava adornado de belas pedras e de ofertas votivas, respondeu: «Virá o dia em que, de tudo isto que estais a contemplar, não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído.» Perguntaram-lhe, então: «Mestre, quando sucederá isso? E qual será o sinal de que estas coisas estão para acontecer?» Ele respondeu: «Tende cuidado em não vos deixardes enganar, pois muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu’; e ainda: ‘O tempo está próximo.’ Não os sigais. Quando ouvirdes falar de guerras e revoltas, não vos alarmeis; é necessário que estas coisas sucedam primeiro, mas não será logo o fim.» Disse-lhes depois: «Há-de erguer-se povo contra povo e reino contra reino. Haverá grandes terramotos e, em vários lugares, fomes e epidemias; haverá fenómenos apavorantes e grandes sinais no céu.» «Mas, antes de tudo, vão deitar-vos as mãos e perseguir-vos, entregando-vos às sinagogas e metendo-vos nas prisões; hão-de conduzir-vos perante reis e governadores, por causa do meu nome. Assim, tereis ocasião de dar testemunho. Gravai, pois, no vosso coração, que não vos deveis preocupar com a vossa defesa, porque Eu próprio vos darei palavras de sabedoria, a que não poderão resistir ou contradizer os vossos adversários. Sereis entregues até pelos pais, irmãos, parentes e amigos. Hão-de causar a morte a alguns de vós e sereis odiados por todos, por causa do meu nome. Mas não se perderá um só cabelo da vossa cabeça. Pela vossa constância é que sereis salvos.»

Lc 21, 5-20

Nesta leitura jesus fala-nos sobre o fim do mundo, o qual nos revela a fragilidade das realidades humanas. 

A constatação de Jesus a respeito da destruição do Templo expressa o destino das realidades humanas: “Não ficará pedra sobre pedra”. O fim de tudo é a sua ruína. Experiência dolorosa, que será acompanhada de tentativas de engano: muitos se apresentarão como messias, anunciando a chegada do fim. 
Guerras e revoluções, terramotos e epidemias, prodígios e sinais no céu revelarão este fim. Mas, ao contrário do que diziam os falsos profetas, Jesus afirma que “não será ainda o fim”. 
A linguagem apocalíptica usada por Jesus não pretende incutir medo.
Jesus pretende consciencializar os discípulos acerca da importância de dedicar-se às coisas que se perpetuam: a fé e o amor. Quando tudo tiver chegado ao fim, apenas o amor subsistirá, porque viveremos em comunhão plena com Deus que é amor.
E S. Paulo dirá mais tarde tão claramente no seu hino ao amor (1Cor. 12,31-13,1-8) que tudo acabará, mas que o amor nunca desaparece. Só ele pode oferecer segurança e levar o discípulo a superar o medo arrepiante que o confronto com o fim provoca. 
A beleza sólida do amor permanecerá, mesmo quando tudo se tiver reduzido aos escombros. Porque é obra de Deus.

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