«Vós sois o sal da terra. Vós sois a luz do mundo.»

Hoje é dia de Santo António, uns dizem que de Lisboa e outros de Pádua.
Mas o importante é que foi um homem que se abriu, Senhor, aos teus sonhos para a sua vida. Por isso, nasceu num lado e acabou noutro totalmente inesperado. Que a minha vida, ainda que não tenha que mudar de país, possa ser guiada por ti.


E as tuas dicas para o meu caminho vêm hoje em Mt 5, 13-19:
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Vós sois o sal da terra. Mas se ele perder a força, com que há-de salgar-se? Não serve para nada, senão para ser lançado fora e pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; nem se acende uma lâmpada para a colocar debaixo do alqueire, mas sobre o candelabro, onde brilha para todos os que estão em casa. Assim deve brilhar a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus.


O sal é uma parte muito pequena da nossa comida. Comer só sal seria impensável, já que o sal não tem todas as propriedades que precisamos para nos alimentarmos e por si só não sabe assim tão bem. No entanto comer sem sal é muito difícil, mesmo para aqueles que gostam da comida mais insonsa. É que não sabe a nada.
Que me dizes, Senhor, quando afirmas que somos o sal da terra? Não me estás a dizer que seja uma grande protagonista, nem que mude as situações onde estou, mas que ponha uma pitada da minha forma de ser, da minha presença, da minha fé e da minha alegria que dá sabor à esperança nessas situações…
Apercebo-me, Senhor, que tantas vezes me sinto derrotada porque acho que tenho que fazer tudo e mais alguma coisa… mas ser sal é ser, é estar, é marcar a diferença de uma forma eficaz ao mesmo tempo que discreta. E isso eu posso fazer… posso ser sal. Hoje, Senhor, diz-me como!
E luz… a luz também é uma coisa essencial e no entanto quase imperceptível… só nos damos conta que não temos luz quando não a temos… quando ligamos o interruptor e a lâmpada não acende. Só aí nos apercebemos de quanto precisamos da luz. Pois é ser luz, não é ser o centro nem a pessoa mais importante, nem a que mais se nota, mas é iluminar de uma maneira imperceptível, eficaz e discreta. Hoje, Senhor posso ser luz! Diz-me como!


Sempre que leio esta leitura fico agitada com a responsabilidade da expectativa que colocas em mim: a de ser sal e luz. Mas hoje apercebo-me que me pedes ser eu própria, genuína e fiel a quem eu sou em ti e para ti. E desde aí dar sabor e iluminar as situações onde estou com a minha pitada de sal e chama de luz. É que uma vela pequena faz diferença no meio duma sala às escuras.

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